ORGANIZAÇÃO POLÍTICA COMO RESISTÊNCIA À PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NA PANDEMIA DA COVID-19

Autores/as

Palabras clave:

efeitos da pandemia , precarização do trabalho, legalização da precariedade , uberização do trabalho, solidariedade de classe

Resumen

Para conter os efeitos pandêmicos da COVID-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou medidas como distanciamento e isolamento social. Essas medidas ocasionaram considerável diminuição não só na circulação de pessoas, como no consumo e na atividade econômica. Apesar da centralidade do trabalho, nas sociedades capitalistas, o labor é visto sempre como custo dispensável em favor dos lucros do capital. Como expressão disso, foram editadas as Medidas Provisórias nº 927 e 936 – esta última convertida na Lei nº 14.020/2020 – durante a pandemia, que permitem a suspensão do contrato de trabalho, o aumento de jornada para trabalhadores da área da saúde e a redução de jornada e de salário para profissionais de outros setores. Tais medidas legalizam a precariedade no mercado de trabalho formal e podem ser um ensaio para mais fragilidade dos contratos de trabalho. Uma das facetas da precarização das condições e relações de trabalho é também a desregulamentação, por meio da uberização do trabalho, que impõe a superexploração de trabalho humano através dos aplicativos que conectam o motorista ou entregador aos consumidores que solicitam um serviço privado de transporte ou de entregas de alimentos e mercadorias. Na pandemia, os trabalhadores por aplicativo, além de não terem direito ao distanciamento e/ou isolamento social conforme as recomendações da OMS, não receberam, em sua amplitude enquanto categoria, equipamentos de proteção contra o novo coronavírus (máscaras faciais e álcool em gel, por exemplo). Como resposta às péssimas condições de trabalho, temos dois exemplos: a greve global dos motoristas em 08/05/2019 e a paralisação nacional dos entregadores em 01/07/2020. Essas iniciativas representam uma resistência à precarização e à uberização do trabalho por meio de organização política, unidade e solidariedade de classe.

 

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Biografía del autor/a

Letícia Pereira Lima, Universidade Federal do Piauí, UFPI, Brasil

Advogada. Mestranda e Bacharela em Direito pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).

 

Francisco Meton Marques de Lima, Universidade Federal do Piauí, UFPI, Brasil

Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região. Doutor em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor vinculado ao Departamento de Ciências Jurídicas e ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Pollyanna Sousa Costa Tôrres, Universidade Federal do Piauí, UFPI, Brasil

Procuradora do Trabalho da 22ª Região. Mestranda e Bacharela em Direito pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).

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Revista Direito.UnB |Janeiro – Abril, 2021, V. 05, N.1

Publicado

2021-04-30

Cómo citar

LIMA, Letícia Pereira; LIMA, Francisco Meton Marques de; TÔRRES, Pollyanna Sousa Costa. ORGANIZAÇÃO POLÍTICA COMO RESISTÊNCIA À PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NA PANDEMIA DA COVID-19. Direito.UnB - Revista de Derecho de la Universidad de Brasília, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 123–146, 2021. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/revistadedireitounb/article/view/32332. Acesso em: 21 nov. 2024.

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