A COLONIALIDADE DO PODER COMO LÓGICA RACISTA DO SISTEMA DE JUSTIÇA BRASILEIRO

Authors

Keywords:

Sistema de Justiça, Direito Antidiscriminatório, Colonialidade, Racismo, Racismo Institucional

Abstract

The present study aims to outline, in a systemic perspective, some directions of institutional racism in the Brazilian Justice System. The aim is not to exhaust the theme, but to present a map of organizations linked to the Justice System in which there are patterns of racist action. Therefore, it is necessary to face and understand, through intergenerationality, (a) the logic of political economy of bodies, which remains guided by a colonial mentality and which explains (b) the genealogy of the Modern State, which ideologically supports Brazilian law; reflect on (c) training in law; and (d) examine the logic of legal practice. With this objective, this study is designed as an exploratory and descriptive research, structured in a narrative bibliographic review with anti-discriminatory studies of epistemological bias from the South. In the field of legal practice, as results, it is exposed the recognition of the Judiciary itself as operator of racist logics, which is why, in 2020, it established measures to combat institutional racism. However, advances and confrontations are still needed, especially in the legal and judicial schools.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Grazielly Alessandra Baggenstoss, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil

Professora do Curso de Graduação e Programas de Pós Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; Doutora e Mestra em Direito (UFSC); Coordenadora do Lilith: Núcleo de Pesquisas em Direito e Feminismos – CNPq/UFSC.

Leandro Coelho, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil

Graduando do Curso de Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.

References

ALMEIDA, Silvio Luiz de; VELLOZO, Júlio César. Revolução do Haiti (1791-1804) e o direito. Disponível em <https://youtu.be/IE3XwAOZy24> . Acesso em 21 mar 2020.

ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural. Belo Horizonte: Letramento, 2018.

BAGGENSTOS, Grazielly A; PIOVESAN, Betina. Direito, vida e morte: ensaio sobre a ambivalência do discurso jurídico brasileiro. In FERRAZ, Carolina et al (coord). Direito e morte. Belo Horizonte: Editora Letramento, 2019.

BAGGENSTOSS, Grazielly A.; COELHO, Beatriz. O direito é um homem, branco e europeu: uma análise do ensino jurídico na UFSC sob o viés de uma teoria epistemológica feminista decolonial. In

BAGGENSTOSS, Grazielly Alessandra. Direito e feminismos: rompendo grades culturais limitantes. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2019.

BAGGENSTOSS, Grazielly. Direito e feminismos: ebook 2020. [sn], 2020.

BAGGENSTOSS, Grazielly. O ensino de direito na UFSC: um exame sobre os currículos formal e oculto. Disponível em < https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/o-ensino-de-direito-na-ufsc-um-exame-sobre-os-curriculos-formal-e-oculto-25062020>. Acesso em 15 jan 2021.

BORGES, Juliana. O que é encarceramento em massa? Belo Horizonte: Letramento, 2018.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria Geral. Mapa do encarceramento: os jovens do Brasil / Secretaria-Geral da Presidência da República e Secretaria Nacional de Juventude. – Brasília: Presidência da República, 2015. Disponível em . Acesso em 18 nov 2019.

BRUZACA, R. D.; QUEIROZ, S. V. Sobre a colonialidade no direito e as perspectivas de descolonização no contexto dos países latino-americanos. Revista Paradigma, 27(1), 2018.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 16 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

CAOVILLA, Maria Aparecida Lucca. A descolonização do ensino jurídico na América Latina sob a perspectiva do bem viver: a construção de uma nova educação fundada no constitucionalismo e na interculturalidade plural. Tese (Doutorado). Curso de Direito, Programa de Pós-graduação em Direito, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/135815/335687.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 19 abr. 2019.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. Construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo na Área Filosofia da Educação. USP: São Paulo, 2005.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Igualdade racial no judiciário: relatório de atividade. Disponível em <https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2020/10/Relatorio_Igualdade-Racial_2020-10-02_v3-2.pdf>. Acesso em 10 jan 2021.

DIEESE - DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS. Inserção da população negra nos mercados de trabalho metropolitanos: novembro de 2016. Disponível em <https://www.dieese.org.br/analiseped/2016/2016apresentacaoNegros.html>. Acesso em 19 de outubro de 2020.

FERREIRA, Gianmarco Loures; QUEIROZ, Marcos Vinícius Lustosa. A trajetória da Teoria Crítica da Raça: história, conceitos e reflexões para pensar o Brasil. Revista Teoria Jurídica contemporânea, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, 2018. Disponível em <https://revistas.ufrj.br/index.php/rjur/article/view/18291https://revistas.ufrj.br/index.php/rjur/article/download/18291/12545>. Acesso em 25 de setembro de 2020.

FLAUZINA, A. L. P. Corpo negro caído no chão: sistema penal e o projeto genocida do estado brasileiro. Brasília, 2017.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Rio de Janeiro: Vozes, 2017.

GROSFOGUEL, Ramón. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. In SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez Editora, 2010.

LIMA, Fernanda da Silva; VERONESE, Josiane Rose Petry. Mamãe África, cheguei ao Brasil: os direitos da criança e do adolescente sob a perspectiva da igualdade racial. Florianópolis: Ed. da UFSC, Fundação Boiteux, 2011.

LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3): 935-952, setembro-dezembro, 2014.

MASCARO, Alysson Leandro. Estado e forma política. São Paulo: Boitempo, 2013.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Levantamento nacional de informações penitenciárias

INFOPEN, Junho de 2014. Disponível em < https:// www.justica.gov.br/news/mj-divulgara-novo-relatorio-do-infopen-nesta-terca-feira/ relatorio-depen-versao-web.pdf>. Acesso em 19 de novembro de 2019.

MOREIRA, Adilson. O que é discriminação? Belo Horizonte: Letramento, 2017.

MOREIRA, Núbia Regina. O feminismo negro brasileiro: um estudo dos movimentos de mulheres negras no Rio de Janeiro e São Paulo. (Dissertação) Mestrado em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas/SP, 2007.

NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais: perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

SANTOS, Thandara (Org.) INFOPEN – Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias: atualização 2016. Brasília: Ministério da Justiça e Segurança Pública. Departamento Penitenciário nacional, 2017. Disponível em . Acesso em 19 de novembro de 2019.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem braço, muito pelo contrário: cor e raça na sociabilidade brasileira. São Paulo: Claro Enigma, 2012.

SENADO. Injúria racial pode ser classificada como crime de racismo. 2020. Disponível em <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/09/15/injuria-racial-pode-ser-classificada-como-crime-de-racismo>. Acesso em 25 de outubro de 2020.

SOUSA, Leandra da Silva. Direitos das mulheres negras na intersecção de raça e gênero: um estudo da atuação dos Conselhos de Igualdade Racial e da Mulher no município de Criciúma/SC no período 2017-2019. Dissertação (Mestrado) - Universidade do Extremo Sul Catarinense, Programa de Pós-Graduação em Direito, Criciúma, 2020. 203 p. Disponível em <http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/7661/1/Leandra%20da%20Silva%20Sousa.pdf>. Acesso em 26 de setembro de 2020.

ZACCONE, Orlando. Indignos de vida: a forma jurídica da política de extermínio de inimigos na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015.

Direito.UnB - Revista de Direito da Universidade de Brasília

Published

2021-08-31

How to Cite

BAGGENSTOSS, Grazielly Alessandra; COELHO, Leandro. A COLONIALIDADE DO PODER COMO LÓGICA RACISTA DO SISTEMA DE JUSTIÇA BRASILEIRO. Direito.UnB - Law Journal of the University of Brasília, [S. l.], v. 5, n. 2, p. 75–102, 2021. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/revistadedireitounb/article/view/36138. Acesso em: 17 may. 2024.

Similar Articles

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 > >> 

You may also start an advanced similarity search for this article.