A AGENDA 2030: A CONSTRUÇÃO OU CRISTALIZAÇÃO DE UMA ASPIRAÇÃO?

Autores

Palavras-chave:

Direito Internacional , Direitos Humanos, Soft Law, Agenda 2030

Resumo

O reconhecimento dos direitos difusos e coletivos, o direito à alimentação e ao meio ambiente é um elemento essencial na concretização da sustentabilidade, através da responsabilidade atribuída aos Estados como parte dos objetivos da ONU em relação à Agenda 2030 sobre sustentabilidade. O objetivo deste estudo é analisar a eficácia da Agenda 2030 como norma de soft law, expondo seus desafios e oportunidades, como um mecanismo de necessária transformação para a efetividade da referida agenda; para isso, definimos como hipótese do estudo: a ineficácia da Agenda 2030 no contexto da globalização pela pouca efetividade das normas de soft law perante a ausência de políticas internas que lhe garanta sua efetividade, através do exemplo do Brasil. A metodologia utilizada consiste nos métodos lógico, histórico-social e jurídico, assumindo a combinação de métodos das ciências sociais e jurídicas em particular. Como resultado, conclui-se, que a globalização afeta de maneira considerável o papel do direito internacional e consequentemente a aplicabilidade da Agenda 2030 pela pouca efetividade dos mecanismos de soft law frente a temas de extrema urgência como os objetivos da Agenda. A contribuição do estudo está em uma nova interpretação da aplicabilidade da Agenda 2030, a traves de implementação de normas que complementem o direito internacional de soft law.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Janny Carrasco Medina, PUC-Minas

Professora de Direito Internacional e Direitos Humanos na FASF-LUZ, Minas Gerais. Pós-Doutora na Universidade de Brasília 2019-2020, Desigualdade e Justiça Social na América Latina. Doutora em Direito Internacional pela Universidade de Brasília 2018. Mestrado em Educação Superior - Comunicação Social e "Educação Superior" pela Universidade Central Marta Abreu Las Villas (2010). Graduação em Direito pela Universidade Central Marta Abreu Las Villas em 2007 e reconhecido pela Universidade de Brasília em 2019.Professora de Pós-Graduação da PUC-MINAS (2020-2021)." Direito Inmaterial e eletrônico. Professora voluntaria de Direito Internacional Público pela Universidade de Brasília (2018-2019). Professora Assistente pela Universidade Central Marta Abreu Las Villas de 2007-2014. Tem experiência na área de Direito, Internacional Público e Privado, Direitos Humanos, Propriedade Intelectual e Direitos Culturais.

Leandra Dias Melo Azevedo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Alto São Francisco (FASF-LUZ)

Graduanda no 5to período de Direito na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Alto São Francisco (FASF-LUZ). Membro do grupo de pesquisa de Direito Internacional Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Alto São Francisco (FASF-LUZ). Estagiária no Segundo Ofício de Notas de Luz/MG.

Referências

ALSTON, P. Millennium Development Goals and human rights: in common cause or uneasy partners? The International Journal of Human Rights, UK, v. 13, n. 1, p. 10, fevereiro 2009.

ANDREW T GUZMAN & TIMOTHY L.MEYER. Internaitonal Soft Law. Journal of Legal Analysis, v. 2, n. 1, p. 171-275, Março 2010.

ARANHA, A. Fome Zero: A Construção de uma Estratégia de Combate à Fome no Brasil. Brasilia: Alpha Gráfica e Editora, v. 3, 2010.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. 4ta. ed. Brasília: Saraiva, v. 1, 1988.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8.069/90. São Paulo: Atlas, v. 1, 1991.

CASTRO, J. D. Geopolítica da Fome. 4a edição. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, v. 1, 2003.

CEPAL. Hacia una seguridad alimentaria y nutricional sostenible en América Latina y el Caribe en respuesta a la crisis alimentaria mundial. CEPAL. Santiago de Chile. 2022.

DERANI, C. Direito Ambiental Econômico. São Paulo: Max Limonad, 1997.

DUVIC-PAOLI, L.-A. FROM ASPIRATIONAL POLITICS TO SOFT LAW?EXPLORING THE INTERNATIONAL LEGAL EFFECTS OFSUSTAINABLE DEVELOPMENT GOAL 7 ON AFFORDABLE. Melbourne Journal of International Law, Melbourne, v. 22, p. 1-23, Jule 2021.

FAO. Declaração de Roma Sobre a Segurança Alimentar Mundial e Plano de Acção. ONU. Roma. 1974.

FAO. The State of Food Security and Nutrition in the World 2022. New York : [s.n.], v. 1, 2022.

FINNEMORE, M.; JURKOVICH, M. The Politics of Aspiration. International Studies Quarterly, Oxford, v. 64, p. 41, June 2020.

FOLADORI, G. Marxismo e meio ambiente. Revista de Ciencias Humanas UFSC, Santa Catarina, Maio 1999. 82-92.

FOLADORI, G. Avanços e limites da sustentabilidade social.. Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, v. 102, p. 103-113, jan/jun 2002.

GIDDENS, A. Le conseguenze della modernità. Fiduca e rischio, sicurezza e pericolo. Bologna: Mulino, v. 1, 1994.

GREGÓRIO, F. D. S. CONSEQUÊNCIAS SISTÊMICAS DA SOFT LAW PARA A EVOLUÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL E O REFORÇO DA REGULACAO GLOBAL. Revista de Direito Constitucional e Internacional, Rio de Janeiro , v. 95, n. 1, p. 299-320, Abril/Junho 2016.

GREGORY SHAFFER&MARK A.POLLACK. Hard vs. Soft Law: Alternatives, Complements and Antagonists in International Governance. Minnesota Law Review, Minneapolis, v. 94, p. 9-23, June 2010.

HELOISE SIQUEIRA GARCIA, D. S. S. G. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e as novas perspectivas do desenvolvimento sustentável pela Organização das Nações Unidas. Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, Porto Alegre, v. 35, p. 192-206, GARCIA, Denise Schmitt Siqueira; GARCIA, Heloise Siqueira. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e as novas perspectivas do desenvolvimento sustentável pela Organização das Nações Unidas. Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, Porto Alegre, n. 35, vo dezembro 2016.

HURRELL, A. On Global Order: Power, Values, and the Constitution of International Society. NewYork: Oxford University Press, 2007.

IANNI, O. Teorias da Globalização. 8. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.

KRISTENSEN, P. M. Southern Sensibilities: Advancing Third Wave Sociology of International Relations in the Case of Brazil. International Studies Perspectives, Compenague, v. 16, n. 3, p. 246-269, agosto 2015.

LESSA, M. A Atuação do Brasil na Cooperação Internacional em Segurança Alimentar e Nutricional. In: V ciclo de debates sobre bioética, diplomacia e saúde públicaNúcleo de Estudos sobre Bioética e Diplom. Brasilia: [s.n.], 2014.

MALTHUS, T. R. Princípios de economia política e considerações sobre sua aplicação prática: ensaio sobre a população. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

MCGROW, A. G. Conceptualizing Global politics. Cambridge: Polity Press, 1992.

MENDES, K. A produção social da fome no capitalismo dependente e as contraditórias estratégias de combatê-la: análise da Política de Segurança Alimentar e Nutricional. Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Catarina: [s.n.]. 2011. p. 11-71.

MEYER, T. Soft Law As Delegation. FORDHAM INTERNATIONAL LAWJOURNAL, New York , v. 32, n. 3, p. 887-942, 2008.

ONU. Capítulo V Conselho de Segurança da ONU. Conferencia de São Francisco. São Francisco: [s.n.]. 1945.

ONU. Relatorio Brundtland. ONU. New York, p. 318. 1987.

ONU. DECLARAÇÃO DO RIO SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. ONU. Rio de Janeiro, p. 4. 1992.

ONU. Road Map towards the Implementation of the United Nations Millennium Declaration. Report of The Secretary-General, GA Res 56/326, UN GAOR, 56th sess, Agenda Item 40, UN Doc A/56/326 (6 September 2001) annex, 55. New York: [s.n.]. 2001. p. 326.

ONU. Objetivos de Desenvolvimento Sustentsabel : Agenda 2030. ONU. New York. 2015.

ONU. Objetivos do Milleniun. ONU. New York. 2015.

ONU. Resolução 70/1. Transformar o mundo: a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. Assambleia Geral da ONU. New York : [s.n.]. 2015.

RUBIO SANCHEZ, D. Derechos humanos, no colonialidad y otras luchas por la dignidad: una mirada parcial y situada. Campo Jurídico, v. 3, n. 1, p. 181-213, Mayo 2015.

SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Editora Record, 2001.

SHELTON, D. L. . Soft Law. HANDBOOK OF INTERNATIONAL LAW. Washington. DC: Routledge Press, 2008.

VAGTS, D. F. Transnational business problems. New York: The Fundation Press, 1986.

VALENTE, F. L. S. Fome, desnutrição e cidadania: inclusão social e direitos humanos. Saude e Sociedade, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 51–60, Janeiro 2003.

VASCONCELOS, F. D. A. G. Public policies of food and nutrition in Brazil: from Lula to Temer. Revista de Nutrição, Campinas , v. 32, p. 1-13, 2019.

ZIEGLER, J. Destruição em massa: geopolítica da fome. 1era. ed. São Paulo : Cortez, v. 1, 2010.

Revista Direito.UnB | Maio - Agosto, 2023, V. 07, N. 2.

Downloads

Publicado

2023-08-30

Como Citar

CARRASCO MEDINA, Janny; DIAS MELO AZEVEDO, Leandra. A AGENDA 2030: A CONSTRUÇÃO OU CRISTALIZAÇÃO DE UMA ASPIRAÇÃO? . Direito.UnB - Revista de Direito da Universidade de Brasília, [S. l.], v. 7, n. 2, p. 21–40, 2023. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/revistadedireitounb/article/view/48542. Acesso em: 8 nov. 2024.

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.