O viajante e o sentimento oceânico
DOI:
https://doi.org/10.26512/revistacenario.v4i6.18303Palavras-chave:
turismo. viajante. sentimento oceânico.Resumo
Esta abordagem procura diferenciar o viajante dos turistas comuns de nossos dias. Esses últimos seguem as publicidades sedutoras dos tours operators, as quais, por todas as partes, anunciam o mesmo padrão de atrativos: os espetáculos imperdíveis, a arquitetura monumental ou patrimonial, as boas compras, as feiras temáticas comerciais, as grandes festas etc. Convencionemos chamar este menu como atrativos de superfície. Descendo aos subterrâneos das civilizações, o viajante busca antes o caminho das profundezas culturais que apesar dos tempos ainda subsistem, a paisagem para ser vivida e não vista, a cultura e arquitetura vernacular, as tradições ameaçadas pelos projetos do que deve ser o “in”. Mochileiros, por exemplo, em geral dotados de espírito aventureiro e dispondo de menos recursos carregam seus hotéis de lona e o instalam nos lugares iluminados ou temperados com as lides simples dos povos esquecidos, com suas artes fora de moda, mas ricas do sentimento da coesão social. O mochileiro, ao contrário dos turistas, precisa de mais tempo, porque soa ridículo a atitude normal do turista comum que leva dois minutos contemplando a Mona Lisa e ficam mais de horas vasculhando as butiques do Museus. A primeira ou segunda opção depende de escolha que o homem faz para si mesmo, os valores que deseja cultura e aprender. Mas não se trata de julgar o turismo comum, desgraçadamente limitado pelo tempo e interesse, de uma viajante que seria mais sábio. Ambas as coisas podem coexistir porque a priori não realizamos uma única viagem na vida e só a experiência dirá o que vale a pena. Mas é preciso experimentar para dar o parecer final. O sentimento oceâncio não pode ser encontrado em todas as partes.
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