A heterotopia dos museus brasileiros e os deslocamentos da Modernidade
DOI:
https://doi.org/10.26512/patryter.v3i5.27267Palavras-chave:
Heterotopia. museu. territorialidade. modernidade.Resumo
Como a noção de heterotopia de Foucault pode nos servir para avaliar os conflitos observados nos museus brasileiros durante o início do século XXI? Esta é a pergunta que anima este artigo: as territorialidades que se manifestam atualmente nos museus pressionam a organização de suas exposições, o tempo de exibição e a visibilidade de seus artistas. Mitchell classifica esse uso da cultura como próprio a uma guerra cultural, no qual as expressões dos grupos de interesse se projetam para além do sentido artístico do debate, com claras intenções de projeção política. Ainda que os limites entre política, ciência e arte não possam ser definidos com facilidade e que, via de regra, não há fenômeno dissociado da esfera política, os museus não foram normatizados ou organizados para mediar e sediar os conflitos políticos. Nesse deslocamento da política em uma fase avançada da Modernidade, pode ser observado uma tentativa de rearranjo de forças que só ganham sentido quando associado à organização do espaço.
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