Indicador de Vulnerabilidade para Gestão da Conservação de Edifícios de Valor Cultural
DOI:
https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n26.2020.11Palavras-chave:
Gestão da conservação; Indicadores; Vulnerabilidade; Edifícios de valor cultural; Museus; Arquitetura Moderna.Resumo
Compreender a complexidade no acondicionamento de acervo museológico aliado à s exigências físicas e funcionais do edifício é uma das dificuldades enfrentadas pelos gestores de museus. Este artigo apresenta um método de gestão de risco baseado em um Indicador de Vulnerabilidade (IVU) que representa de forma integrada os diversos fatores e valores que afetam a conservação do edifício de valor cultural e seu acervo museológico. A formulação do IVU foi baseada no Método Fatorial da ISO 15686-8 que considera sete variáveis: A-qualidade material, B-projeto arquitetônico, C-qualidade de execução da obra, D-características do ambiente interno, E-características do ambiente externo, F-condições de uso e G-nível de manutenção. Associado aos fatores que afetam a funcionalidade e o estado de conservação da edificação e seu acervo, foi desenvolvido o Índice de Valor Cultural (IVC) para valorar os aspectos culturais, relacionados à excepcionalidade, à imaterialidade e aos atributos que conferem significância ao patrimônio. Foi feita uma aplicação experimental do Método IVU no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, in Brasília-DF. Os resultados mostram que o método proposto é uma ferramenta capaz de avaliar individualmente um museu, mas também um conjunto de museus, identificando o potencial de risco inerente e a vulnerabilidade do edifício e seus acervos. Visualmente, o gráfico síntese da ferramenta foi capaz de representar os resultados nas distintas situações para a gestão de riscos de um conjunto de edifícios, para além de uma unidade isolada, de modo que o gestor possa avaliar de forma mais integrada os problemas existentes e monitorá-los ao longo do tempo.
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