Uma discussão urgente: as possibilidades da juventude negra no mundo do trabalho brasileiro sob a perspectiva da interseccionalidade e da teoria jurídico-trabalhista crítica
DOI:
https://doi.org/10.26512/revistainsurgncia.v10i1.50276Palavras-chave:
Mundo do trabalho, Juventude negra, InterseccionalidadeResumo
O presente trabalho tem por objetivo averiguar as condições do jovem negro brasileiro no mundo do trabalho. Há diversas pesquisas abordando a situação da juventude negra brasileira nas áreas da educação, penal, cultural, esportiva. Entretanto, constata-se uma reduzida exploração no campo científico de apontamentos acerca da empregabilidade, as possibilidades existentes e suas atuais condições. Nesse sentido, é oportuno o exame da hipótese de que, no mundo do trabalho, há uma reprodução do racismo brasileiro, restando a essa população a informalidade, o trabalho análogo à escravidão e, quando existe a possibilidade da formalidade, a ocupação das profissões mais perigosas. Fundamentado a partir das reflexões teóricas provenientes da Teoria Social Crítica do Direito do Trabalho e da Interseccionalidade, realizou-se uma análise qualitativa e quantitativa de dados de censos oficiais abordando o regaste de trabalhadores em condições análogas à de escravo e com maior número de acidentes de trabalho para comprovação da hipótese. Dessa forma, a partir interseccionalidade entre idade, gênero, raça e classe, pode-se concluir de que a população negra, especialmente a juventude negra e as mulheres, é a mais vulnerabilizada.
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