Interseccionalidade de raça e gênero na prática: os movimentos de mulheres negras em conferências internacionais
DOI:
https://doi.org/10.26512/revistainsurgncia.v10i2.44811Palavras-chave:
Interseccionalidade, Mulheres negras, Conferências mundiais, Igualdade racial, Direitos humanosResumo
Este trabalho apresenta o contexto de participação de mulheres negras brasileiras em conferências internacionais da ONU, com destaque para a Conferência de Beijing em 1995 e a Conferência de Durban em 2002. Com o objetivo de demonstrar o desenvolvimento dos movimentos de mulheres negras nesse período, busca-se refletir como o pressuposto da interseccionalidade de gênero e raça enquanto valores base da ação ativista delas foi crucial para a articulação transnacional alcançada, que possibilitou o avanço de políticas em prol da igualdade racial no Brasil. O foco na experiência e trajetória internacional do movimento de mulheres negras é feito a partir de uma análise histórica, evidenciando os principais eventos e conquistas empreendidas com base nos registros bibliográficos existentes.
Referências
AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Pólen, 2019.
ALMEIDA, Lady Christina de. Autonomia e protagonismo: a experiência de intelectuais/ativistas negras brasileiras. In: SILVA, Joselina; PEREIRA, Amauri Mendes 140 (orgs.). O Movimento de Mulheres Negras: escritos sobre os sentidos da democracia e justiça social no Brasil. Belo Horizonte: Editora Nandyala, 2014, p.107-121.
ALVES, J. A. A Conferência de Durban contra o Racismo e a responsabilidade de todos. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 45, n. 2, p. 198-223, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbpi/a/vnm75ptrSYCRpnJK5d533Sq/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 13 jul. de 2022.
BOTELHO, Denise; NASCIMENTO, Wanderson Flor do. Celebração móvel: Políticas públicas, transversalidade e interseccionalidade de gênero e raça. In: SANTOS, Deborah Silva; GARCIA-FILICE, Renísia Cristina; RODRIGUES, Ruth Meyre Mota. A transversalidade de Gênero e Raça nas Políticas Públicas. 1. ed. São Paulo: Comunicação Integrada, 2016. v. 1.
CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. Estudos avançados, v. 17, n. 49, p. 117-133, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142003000300008&script=sci_arttext. Acesso em: 22 jul. 2022.
CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil: consciência em debate. São Paulo: Selo Negro, 2011.
CEERT. Centro de Estudo das Relações de Trabalho e Desigualdades, Equipe. Página Institucional, CEERT Website, 2019. Disponível em: https://ceert.org.br/institucional/equipe. Acesso: 12 ago. 2022.
CRENSHAW, Kimberlé. A Interseccionalidade na Discriminação de Raça e Gênero. Revista Relações raciais, set. 2012.
CRISTINA, Edna. Marcha de Zumbi dos Palmares. Ipê Vídeo Produção e Comunicação, 1996 (14m39s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=K8IPjx_Z_wQ. Acesso em: 20 jul. 2022.
CURIEL, Ochy. La Red de Mujeres Afrolatinoamericanas y Afrocaribeñas: un intento de acción política transnacional atacado por la institucionalización. In: Redes transnacionales en la Cuenca de los Huracanes: un aporte a los estudios interamericanos. Colômbia: Centro Afro Bogotá, 2006. p. 253-276.
DOMINGUES, Petrônio. Frentenegrinas: notas de um capítulo da participação feminina na história da luta anti-racista no Brasil. Cadernos Pagu, n. 28, p. 345-374, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cpa/a/BxK3GdGdpbRc8XCygctTGcx/abstract/?lang=pt. Acesso em: 13 jul. 2022.
DOS SANTOS, Sônia Beatriz. As ONGs de mulheres negras no Brasil. Sociedade e cultura, v. 12, n. 2, p. 275-288, 2009. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fcs/article/view/9102. Acesso em: 13 jul. 2022.
FALQUET, Jules. Mujeres, feminismo y desarrollo: un análisis crítico de las políticas de las instituciones internacionales. Revista Desacatos, n. 11, p. 13-35, 2003. Disponível em: https://www.yumpu.com/es/document/read/28215830/mujeres-feminismo-y-desarrollo-ciesas. Acesso em: 20 jul. 2022.
HEILBORN, Maria Luiza; ARAÚJO, Leila; BARRETO, Andreia (orgs). Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça - GPP: módulo III. Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Brasília/Rio de Janeiro: CEPESC, 2010.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH I). Ministério da Justiça, Publicações Oficiais da Biblioteca da Presidência, Brasília, 1996. Disponível em: <http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/publicacoes-oficiais/catalogo/fhc/programa-nacional-de-direitos-humanos-1996.pdf/view>. Acesso: ago. 2022.
NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro processo de um racismo mascarado: processo de um racismo mascarado. Editora Paz e Terra, 1978.
OLIVEIRA, Guacira Cesar de; SANT'ANNA, Wânia. Chega de saudade, a realidade é que... Revista Estudos Feministas, v. 10, n. 1, p. 199-207, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-026X2002000100013&script=sci_arttext. Acesso em: 10 ago. 2022.
ONU MULHERES. “‘O processo de participação das mulheres negras em Pequim foi liderado por Lélia Gonzalez’, diz a feminista negra Dulce Pereira”. ONU Mulheres Brasil, Notícias, publicada em 25 de julho de 2014. Disponível em: <http://www.onumulheres.org.br/noticias/o-processo-de-participacao-das-mulheres-negras-em-pequim-foi-liderado-por-lelia-gonzalez-diz-a-feminista-negra-dulce-pereira/>. Acesso em: jul. 2022.
ONU MULHERES. Declaração e Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial sobre a Mulher. Conteúdo - Declarações Internacionais. Pequim: ONU, 1995. Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2015/03/declaracao_pequim1.pdf. Acesso em: jul. 2022.
POTIGUARA, Eliane. Participação dos povos indígenas na Conferência em Durban. Revista Estudos Feministas, v. 10, n. 1, p. 219-228, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-026X2002000100016&script=sci_arttext. Acesso em: 13 jul. 2022.
RIBEIRO, Matilde. Mulheres negras brasileiras de Bertioga a Beijing. Revista Estudos Feministas (REF), v. 3, n. 2, p. 446-457, 1995. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16459. Acesso em: 10 ago. 2022.
RIBEIRO, Matilde. Mulheres Negras Uma Trajetória de Criatividade, determinação e organização. Revista Estudos Feministas (REF), Florianópolis, v. 16, n. 3, dez. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/8DwmqbJg8ZbFqPCDqbfsWqd/. Acesso em: 11 ago. 2022.
RIBEIRO, Matilde. Políticas de promoção da igualdade racial no Brasil (1986-2010). Rio de Janeiro: Garamond, 2018.
SILVA JR, Hédio; BENTO, Maria Aparecida Silva. O papel da cor, raça/etnia nas políticas de promoção da igualdade: anotações sobre a experiência do município de Santo André. São Paulo: Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades (CEERT), out. 2003.
UNITED NATIONS. World Conference against Racism Fact Sheet 2. United Nations, 2001. Disponível em: https://www.un.org/WCAR/e-kit/fact2.htm. Acesso em: jun. 2022.
WERNECK, Jurema (org.). Mulheres negras: um olhar sobre as lutas sociais e as políticas públicas no Brasil. 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 InSURgência: revista de direitos e movimentos sociais
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Esta publicação está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. / Esta publicación es licenciada bajo una Licencia Creative Commons 4.0, Atribución-Sin Derivaciones / This publication is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.