Ensaio sobre o fetichismo no bilinguismo
DOI:
https://doi.org/10.26512/rhla.v22i1.47012Palavras-chave:
Educação bilíngue;, Translinguagem, Fetiche, PsicanáliseResumo
O presente trabalho é um ensaio de reflexão teórica sobre o crescente movimento de oferta de programas de educação bilíngue na educação básica brasileira. Especificamente, o estudo enfoca e problematiza o significante “bilíngue” que nomeia tais iniciativas, propondo que há significados subjacentes que conduzem a uma fixação de tal significante como fetiche. A noção de “fetiche” é abordada através de elementos do marxismo e da psicanálise. O texto propõe que a translinguagem emerge como uma possibilidade de ressignificação do bilinguismo que permite um olhar não alienante desse tipo de proposta educacional.
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