Valos, pedras e aramado
os usos das cercas e os primeiros impactos do cercamento dos campos no sul
DOI:
https://doi.org/10.26512/rhh.v12i25.54862Palavras-chave:
História da Agrária, usos das cercas, cercamento dos campos, Campanha rio-grandense, Rio Grande do SulResumo
Este texto analisa os usos das cercas na Campanha rio-grandense, ao sul do Brasil, durante o século XIX. Seu objetivo é pesquisar o estabelecimento de barreiras físicas para a realização de atividades produtivas na região, bem como o processo histórico que incorporou à cerca a função de delimitação da propriedade. Para isso, foram utilizadas fontes como Inventários post-mortem, Despejos, periódicos e relatos de viajantes. Valos, estacas, “cercas vivas” e de pedra foram usadas para viabilizar a agricultura e a pecuária ao longo de todo o período. Gradativamente, a partir da década de 1870, a cerca passou a ser usada também para delimitar a propriedade da terra, processo que tomou fôlego com a introdução do aramado. O ritmo das importações de arame pela província e do cercamento dos campos na Campanha foi acelerado, assim como na Argentina e Uruguai, porém mais tardio. Ele tem início nas duas últimas décadas do século XIX, intensificando conflitos e gerando expropriação de peões, agregados e pequenos produtores rurais.
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