Frei Servando Teresa de Mier e o exotismo às avessas
o selvagem ilustrado desbrava as terras do Velho Mundo
DOI:
https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i13.20029Palavras-chave:
Estado nacional independente. Memória. Identidade.Resumo
Este artigo visa a compreensão da realocação de ideários europeus e norteamericanos para o contexto hispano-americano de formação dos estados nacionais independentes, na passagem do século XVIII para o início do século XIX, momento em que as correntes de pensamento do Iluminismo fluíam para o universo colonial, tomando-se por base os trabalhos do frei dominicano mexicano Servando Teresa de Mier (1763-1827). Por ter sido testemunha privilegiada, ao percorrer lugares de onde emanavam as ondas reformistas,
como a Europa e os Estados Unidos, e após ter sofrido pena de expatriação por oferecer explicação política ao milagre guadalupano, Mier aparece como típico representante criollo, cujo protagonismo alia conceitos da modernidade ilustrada, com seus ideais racionais e científicos, ao arcabouço cultural e espiritual vivido pelo México colonial. Este trabalho discute o conjunto documental do frei conhecido por Memorias por sua contribuição para a construção do estado mexicano independente, bem como para a formação da identidade nacional, utilizando-se as categorias históricas de memória, identidade e representação para melhor compreensão deste fenômeno. Conclui-se que o ideário elaborado por frei Servando é expoente hispano-americano da corrente intelectual reformista presente na história ocidental do período analisado e fundamental para a compreensão da História das Idéias na Hispano-América.
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