Os movimentos sociais nas favelas do Rio de Janeiro (1940-1965)
DOI:
https://doi.org/10.26512/emtempos.v24i45.55170Palavras-chave:
História das Favelas, Movimentos Sociais, Rio de JaneiroResumo
O presente artigo tem como finalidade evidenciar os movimentos sociais concebidos nas favelas cariocas entre as décadas de 1940 e 1960, período em que as políticas de desapropriação ameaçavam essas localidades. Na tentativa de recuperar o fio histórico desses movimentos e a fim de contextualizar as lutas sociais nas favelas numa perspectiva de longa duração, iremos acompanhar brevemente as nuances e adaptações dos distintos movimentos sociais entre essas décadas e a maneira que influenciaram nas estratégias dos movimentos de moradores desses locais durante o século XXI. Este trabalho se insere no esforço de promover discussões amplas e aprofundadas sobre a história das favelas do Rio de Janeiro, com o objetivo de integrar esse debate não apenas à história da cidade, mas também aos contextos históricos nacionais e internacionais.
Downloads
Referências
AMOROSO, Mauro. Caminhos do lembrar: a construção e os usos políticos da memória no Morro do Borel. 265 f. Tese (Doutorado) - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais, 2012.
AMOROSO, Mauro. “A tropa e a cidade: a Polícia Militar no Rio de Janeiro durante a abertura e seus impactos negativos futuros para a consolidação de um universo de direitos para as favelas”. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 11, n. 27, p. 129 - 157, maio/ago. 2019.
BRUM, Mario Sergio Ignacio. Cidade alta: história, memórias e o estigma de favela num conjunto habitacional do Rio de Janeiro. 2011. Tese de doutorado em História Social, Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2011.
BRUM, Mario Sergio Ignacio; KNAUSS, Paulo. Encontro marcado: a favela como objeto da pesquisa histórica. In MELLO, Marco Antonio da Silva; FREIRE, Leticia de Luna; SILVA, Luiz Antônio Machado da; SIMÕES, Soraya Silveira (orgs.). Favelas Cariocas, ontem e hoje. Rio de Janeiro: Garamond, 2012, p. 121-140.
BRUM, Mario Sergio Ignacio; GOMES, Aluan. Favela e a questão étnico-racial: a gênese do apartheid urbano brasileiro. In: GONÇALVES, Rafael Soares; BRUM, Mario; AMOROSO, Mauro (org.). Pensando as favelas cariocas: memórias e outras abordagens teóricas. v. 2. Rio de Janeiro: Pallas; Ed. Puc-Rio, 2022. p.189-214.
CONGRESSO DE FAVELADOS VAI MOSTRAR AO PREFEITO QUE A SERFHA NÃO EXISTE. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 2 abr. 1959. Ano VIII. Número 2.684, p.9. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/
DocReader.aspxbib=386030&pesq=%E2%80%9CCongresso%20de%20Favelados%22&hf=memoria.bn.gov.br&pagfis=54486. Acesso em: 10 jun. 2024.
COSTA, Emmanuelle Torres. Morte e vida no Esqueleto: a construção social de um espaço marginalizado da cidade do Rio de Janeiro (1934-1965). 180 f. Dissertação (Mestrado) – Departamento de História da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
DEFENDER OS FAVELADOS. Última Hora, Rio de Janeiro, 5 jul. 1951. Ano I. Número 21, p. 4. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/ DocReader/DocReader.aspx bib=386030&pesq=%22defender%20os%20 favelados%22&pasta=ano%20195&hf=memoria.bn gov.br&pagfis=585. Acesso em: 10 jun. 2024.
DEFENDEREMOS COM TODO AFINCO OS BARRACÕES EM QUE VIVEMOS. Imprensa Popular, Rio de Janeiro, 13 set. 1955. Ano VIII. Número 1.604, p. 6. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/
DocReader.aspx bib=108081&pesq=%E2%80%9CDefenderemos%20 com%20todo%20afinco%20os%20barrac%C3%B5es%20em%20que%20vivemos%E2%80%9D&pasta=ano%20195&hf=memoria.bn.gov.br&pagfis=9637. Acesso em: 11 jun. 2024.
ESCOLAS PARA SEUS FILHOS. Última Hora, Rio de Janeiro, 25 jan.1954. Ano IV. Número 802, p.5. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/ DocReader.aspxbib=386030&Pesq=%e2%80%9cEscolas%20para%20seus%20filhos%e2%80%9d&pagfis= 7302. Acesso em: 5 ago. 2024.
FAVELADOS INICIAM SEU I CONGRESSO. Correio da Manhã, Rio de janeiro, 1 out.1964. Ano LXIV. Número 21.933, p. 11. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocRea der.
aspxbib=089842_07&pesq=%E2%80%9CFavelados%20iniciam%20seu%20I%20Congresso%E2%80%9D& asta=ano%20196&hf=memoria.bn.gov.br&pagfis=56014. Acesso em: 1 ago. 2024.
FEDERICI, Silvia. O ponto zero da revolução. Trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo: Elefante, 2019.
FISCHER, Brodwyn. A poverty of rights: citizenship and inequality in twentieth-century Rio de Janeiro. California: Stanford University Press, 2008.
FISCHER, Brodwyn. Direitos por lei ou leis por direitos? Pobreza e ambiguidade legal no Estado Novo. in LARA, Silvia Hunold e MENDONÇA, Joseli Maria Nunes (orgs). Direitos e justiça no Brasil: ensaios de história social. Campinas, SP: Unicamp, 2006. p. 417-425.
GONÇALVES, Rafael Soares. Favelas do Rio de Janeiro: História e Direitos. Rio de Janeiro: Editora PUC, 2013.
GOVERNADOR TENTA DIVIDIR FAVELADOS. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 27 nov. 1964. Ano LXIV, Número 21.979, p. 3. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.
aspxbib=089842_07&pesq=%22Reuni%C3%A3o%20de%20favelados%22&pasta=ano%20196&hf=memoria.bn.gov.br&pagfis=57940. Acesso em: 27 jun. 2024.
LEEDS, Anthony & LEEDS, Elizabeth. A sociologia do Brasil urbano. 2 ed. organizada por Elizabeth Leeds & Nísia Trindade Lima. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2015.
LOW, Setha. The social construction of space. Spatializing culture: the ethnography of space and place. New York: Routledge, p. 68-93, 2016.
MATTOS, Romulo Costa. A “aldeia do mal”: O morro da Favela e a construção social das favelas durante a primeira república. Dissertação (Mestrado) - Instituto de História da UFF, 2004.
MELLO, Juliana Oakim Bandeira de. Urbanização sim, remoção não". A atuação da Federação de Associações de Favelas do Estado da Guanabara nas décadas de 1960-1970. 2014. Dissertação (Mestrado em História) – Departamento de História, Universidade Federal Fluminense Niterói, 2013.
MOURA, Victor Tavares. Relatório e balancete dos trabalhos executados pelo serviço de extinção das favelas, 4 de outubro de 1947. Casa de Oswaldo
Cruz, Prefeitura do Distrito Federal, Fundo Victor Tavares de Moura, Dossiê Saúde e Assistência. Pasta 02, maço 01, 1940.
NÃO PODEMOS MORAR NUM PALÁCIO COMO ACONTECE COM O ALMIRANTE. Imprensa Popular, Rio de Janeiro, 13 out. 1955. Ano VIII,
Número 1.631, p. 7. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspxbib=108081&pesq=%E2%80%9CN%C3%A3o%20
podemos%20morar%20num%20pal%C3%A1cio%20como%20acontece%20com%20o%20almirante%22&pasta=ano%20195&hf=memoria.bn.gov.br&pagfis=9828. Acesso em: 15 jul. 2024.
PERLMAN, Janice E. O mito da marginalidade: favelas e política no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 3ª Edição. 2002.
PEREIRA, Leonardo A. M. “Negociações impressas: a imprensa comercial e o lazer dos trabalhadores no Rio de Janeiro da Primeira República”. História, v.35, p.1-21, 2016.
PESTANA, Marco Marques. A União dos Trabalhadores Favelados e a luta contra o controle negociado das favelas cariocas (1954-1964). Dissertação (Mestrado em História Social Programa de Pós-graduação em História, Universidade Federal Fluminense) - Niterói: Eduff, 2016.
PESTANA, Marcos Marques. Remoções de favelas no Rio de Janeiro: empresários, Estado e movimento de favelados: 1957 – 1973. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2022.
PROTESTOS CONTRA DEMOLIÇÃO NAS FAVELAS. Tribuna Popular, Rio de Janeiro, 21 ago. 1947. Ano II, Número 540, p. 8. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.
aspxbib=154547&pesq=%E2%80%9CProtestos%20contra%20demoli%C3%A7%C3%A3o%20nas%20favelas%E2%80%9D&pasta=ano%20194&hf=memoria.bn.gov.br. Acesso em: 10 jun. 2024.
POVO DO ESQUELETO NÃO QUER A MUDANÇA. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 28 nov. 1964. Ano LXIV, Número 21.980, p. 12 Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader. aspxbib=089842_07&pesq=%E2%80%9CPovo%20do%20Esqueleto%20n%C3%A3o%20quer%20a%20mudan%C3%A7a%E2%80%9D&pasta=ano%20196&hf=memoria.bn.gov.br&pagfis=57989. Acesso em: 22 jun. 2024.
SADER, Eder. Quando novos personagens entraram em cena: experiências, falas e lutas dos trabalhadores da Grande São Paulo, 1970-80. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
SAVAGE, Mike. “Espaço, redes e formação de classe”. Revista Mundos do Trabalho 3, n.° 5, (2011) [1996], p. 6-33.
SILVA, Cláudia Rose. Maré: a invenção de um bairro. Dissertação (Mestrado Profissional em Bens Culturais e Projetos Sociais) - Programa de Pós-Graduação em História Política e Bens Culturais, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro 2006.
TRABALHADORES FAVELADOS DE PARADA DE LUCAS PELA LEGALIDADE DO PARTIDO DE PRESTES. Imprensa Popular, Rio de Janeiro, 13 out. 1955. Ano VIII, Número 1.631, p. 7. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspxbib=108081&pesq=%E2%80%9CN%C3%A3o%20podemos%20morar%20num%20pal%C3%A1cio%20como%20acontece%20
com%20o%20almirante%22&pasta=ano%20195&h f=memoria.bn.gov.br&pagfis=9828. Acesso em: 15 jul. 2024.
UM BATALHÃO DE TANQUES CONTRA UM GRUPO DE FAVELADOS POBRES. Imprensa Popular, 13 out. 1955. Ano VIII, Número 1.631, p.7. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.
aspxbib=108081&pesq=%E2%80%9CN%C3%A3o%20podemos%20morar%20num%20pal%C3%A1cio%20como%20acontece%20com%20o%20almirante%22&pasta=ano%20195&hf=memoria.bn.gov.br&pagfis=9828. Acesso em: 15 jul. 2024.
VALLADARES, Licia. A invenção da Favela: do mito de origem à favela.com. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.
VIANA. Rachel Almeida. O encontro da antropologia com a favela: Anthony Leeds e Elizabeth Leeds no Jacarezinho. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2023.
VIEIRA, Antônio Carlos Pinto. “Do engenho à favela, do mar ao chão, memórias da construção do espaço da Maré”. Dissertação (Mestrado em Memória Social). Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Unirio. Rio de Janeiro: 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Em Tempo de Histórias

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License , licença que permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).