Filmar é escutar

História, documentário e a escuta sensível da alteridade em Santo forte (1999)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/emtempos.v1i37.34190

Palavras-chave:

Documentário. História. Eduardo Coutinho

Resumo

A historiografia e o cinema, às suas próprias maneiras, constroem e narram representações, olhares, discursos e imagens sobre um acontecimento, um contexto, uma realidade, um outro. Assim, abordar as estratégias narrativas nos dois âmbitos nos permite pensar quais interpretações seus produtores se propõem a construir. À vista disso, neste trabalho, buscamos relacionar as práticas do cinema documentário e a prática historiográfica, a partir dos conceitos de “alteridade” e “sensibilidade”, discutidos por Sandra Pesavento e François Hartog. Para tanto, analisaremos o documentário brasileiro Santo forte (1999), de Eduardo Coutinho, evidenciando de que maneiras, em seu cinema, o diretor constrói uma escuta sensível e uma retórica da alteridade, que nos permite compreender o outro a partir das experiências e narrativas próprias dos diversos sujeitos históricos.

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Publicado

2020-12-03

Como Citar

SERAFIM, Vanda Fortuna; VIEIRA, Gabriella Bertrami. Filmar é escutar: História, documentário e a escuta sensível da alteridade em Santo forte (1999). Em Tempo de Histórias, [S. l.], v. 1, n. 37, 2020. DOI: 10.26512/emtempos.v1i37.34190. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/emtempos/article/view/34190. Acesso em: 19 abr. 2024.

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