Xenofilia Vermelha Cumplicidade com Futuros Anômalos

Conteúdo do artigo principal

Lucía Guerrieri
Ernesto Román
Daniel Bergamaschi

Resumo

Vivemos cotidianamente em um mundo que se tornou incompreensível e estranho para nós, tanto em sua estrutura física quanto em sua dinâmica econômica e social. Daí a desolação e a falta de perspectiva de nossa época. Tomando esse diagnóstico como ponto de partida, desejamos explorar a seguinte hipótese: e se essa estranheza, cujo conhecimento ameaça nos destruir como somos, fosse caótica e horripilante apenas para uma mentalidade reacionária que busca preservar sua própria identidade diante daquilo que a desafia? Se assim for, o grande problema de nossa época seria que ela só pode ser vinculada à alteridade radical como um caos horripilante que ameaça identidades constituídas e só pode ser imaginado como extermínio, extinção ou colapso. Enquanto a mentalidade conservadora contemporânea não pode deixar de pensar na perda de identidade como extinção, a tradição comunista abriga o desejo de encontrar a alteridade radical e de que esse encontro seja a ocasião para uma transformação não menos radical da própria identidade. Neste ensaio, elaboraremos o conceito de xenofilia vermelha para reconstruir uma tradição que inclui imaginação utópica, ficção científica marxista, literatura pulp, cibercultura e até mesmo ufologia, numa tentativa de reviver aquele raro desejo pelo estranho que não vê a intimidade com este último como fonte de desconforto, mas sim como o relaxamento alegre e a mistura de identidades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
GUERRIERI, Lucía; ROMÁN, Ernesto; BERGAMASCHI, Daniel. Xenofilia Vermelha: Cumplicidade com Futuros Anômalos. Das Questões, [S. l.], v. 20, n. 1, 2025. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/dasquestoes/article/view/59513. Acesso em: 7 dez. 2025.
Seção
Ensaios

Referências

ADORNO, Theodor. & BENJAMIN, Walter. Correspondencia (1928-1940). Madrid: Trotta, 1998, pág. 137.

BAUDRILLARD, Jean. Simulacra and simulation. United States: The University of Michigan Press, 1994, pág 122.

BAUDRILLARD, Jean. El intercambio simbólico y la muerte. Caracas: Monte Ávila Editores, 1980, pág 9.

CCRU. Hiperstición. Segovia: Materia Oscura, 2021, págs. 27, 28, 29 y 154.

FISHER, Mark. Comunismo ácido. En: K‑punk: Volumen 3. Buenos Aires: Caja Negra, 2021, págs. 142, 147 y 150.

FISHER, Mark. Los fantasmas de mi vida: Escritos sobre depresión, hauntología y futuros perdidos. Buenos Aires: Caja Negra Editora, 2018.

FISHER, Mark. Realismo capitalista: ¿No hay alternativa?. Buenos Aires: Caja Negra Editora, 2016.

GITTLITZ, A. M. I Want to Believe: Posadism, UFOs and Apocalypse Communism. Londres: Pluto Press, 2020, págs. 201 y 215.

IRELAND, Amy. Filosofía‑Ficción: Inteligencia artificial, tecnología oculta y el fin de la humanidad. España: Holobionte Ediciones, 2022, págs. 67 y 134.

JAMESON, Fredric. Arqueologías del futuro: El deseo llamado utopía y otras aproximaciones de ciencia ficción. Madrid: Akal, 2009, pág. 152.

JAMESON, Fredric. La ciudad futura. New Left Review, 21, 2003, 91-106, pág. 103.

LABATUT, Benjamin. La piedra de la locura. Barcelona: Anagrama, 2021, pág. 10.

LAND, Nick. Fanged Noumena: Collected Writings 1987–2007. Londres: Urbanomic/Sequence Press, 2011.

LEVENDA, Peter. The Dark Lord: H. P. Lovecraft, Kenneth Grant, and the Typhonian Tradition in Magic. United States: Ibis Press, 2013, pág. 153.

LOVECRAFT, Howard Phillips. Cuentos completos Vol. II. Buenos Aires: Del fondo, 2019, pág. 478.

LOVECRAFT, Howard Phillips. Cuentos completos Vol. III. Buenos Aires: Del fondo, 2019, págs. 195 y 470.

MARCUSE, Herbert. Eros y civilización: Una investigación filosófica sobre Freud. Barcelona: Ariel, 1983, pág. 75.

MIR. Rivista di ufologia radicale. Roma: Libreria Italia — URSS, 1998, pág. 4.

NIEVA, Michel. Ciencia ficción capitalista: Cómo los multimillonarios nos salvarán del fin del mundo. Barcelona: Anagrama, 2024.

STITES, Richard. Revolutionary Dreams: Utopian Vision and Experimental Life in the Russian Revolution. Londres: Oxford University Press, 1989, págs. 173 y 189.