Discurso parasita na construção da ficção especulativa
operações ficcionais em Kindred, de Octávia Butler
DOI :
https://doi.org/10.26512/cerrados.v33i64.51854Mots-clés :
Ficção Especulativa, Kindred, Octávia Butler, Ficção, FábulaRésumé
Neste artigo, reflete-se sobre os elementos considerados na caracterização da Ficção Especulativa de modo a entendermos suas especificidades, compreendendo que, desde o surgimento dessa terminologia, não foram esporádicas as tentativas de delimitar os seus sentidos. Todavia vê-se um campo movediço sendo edificado, dificultando o reconhecimento de denominadores comuns passíveis de serem observados no próprio exercício literário. Em função dessa perspectiva, busca-se estabelecer caminhos a partir dos quais notam-se operações recorrentes que sejam comuns ao que se pode chamar de Ficção Especulativa. Para esse intento, são considerados os postulados teóricos que deram base à Ficção Especulativa desenvolvidos por Stableford e Langford (1995), Oziewicz (2017) e Meireles (2021). Em seguida, utilizam-se as noções de “fábula” (o que é narrado), “ficção” e de “discurso parasita” definidas por Foucault (2013a) de modo a compreender o que motiva a ficção e a forma com que esse discurso coloca em jogo ao adquirir como elemento determinante o adjetivo “especulativa”. Por fim, analisa-se o romance Kindred: laços de Sangue, escrito pela norte-americana afrofuturista Octavia Butler (2019), objetivando reconhecer operações que possam caracterizar sua narrativa como uma ficção especulativa nos termos refletidos.
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