Para além dos corpos
uma relação intermidiática sobre a representação de prostitutas negras em obras do Modernismo
DOI:
https://doi.org/10.26512/cerrados.v31i59.41811Palavras-chave:
Intermidialidade, Representação de prostitutas, Mulheres de cor, Modernismo, DecolonialidadeResumo
O presente trabalho é uma análise efetuada a partir de obras de diferentes signos no intuito de fazer uma leitura intermidiática de forma homóloga. Assim, foram utilizadas as pinturas Les Demoiselles de Avignon (1907) de Pablo Picasso e O Sonho de uma prostituta (1930) de Cícero Dias, e o romance Compasso Binário (1972) de Arlete Nogueira da Cruz pondo em destaque a questão da reflexão sobre a representação de prostitutas em obras modernas. Para tanto, recorreu-se a uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo em que foram estabelecidos como objetivo geral realizar uma leitura analítica sob a luz da teoria decolonial em que é traçada a relação entre mídias diferentes sob o mesmo movimento para observar a temática das mulheres de cor que exercem a prostituição; como objetivos específicos pretendeu-se perceber como são dadas as relações intermidiáticas de forma homológica; perscrutar como a prática da prostituição é vista entre a sociedade e as artes; refletir sobre a hipersexualização das mulheres de cor; e, por fim, analisar como a questão da prostituição de mulheres de cor aparece em diferentes obras modernas entre diferentes signos. A partir dessa discussão foi possível perceber que assim como socialmente a prostituição é um trabalho socialmente regado a preconceitos o que faz com que essas mulheres sejam vistas como imorais e obscenas, nas obras elencadas há a problematização de como as prostitutas são representadas como seres sem identidade e subjetividade, resumidas e animalizadas a um corpo a ser explorado.
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