O “falatório” de Stela do Patrocínio: a palavra como resistência ou a linguagem da loucura

Autores

  • Gislene Maria Barral Lima Felipe da Silva Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal

Palavras-chave:

Stela do Patrocínio. representação. loucura. linguagem. exclusão.

Resumo

A escrita literária pode figurar como espaço de representação da loucura em um viés humano, filosófico, estético. No objeto de análise do presente trabalho ”“ a obra Reino dos bichos e dos animais é o meu nome (2001), de Stela do Patrocínio, abalam-se as fronteiras entre loucura e razão, linguagem literária e a loucura como linguagem. Nesse texto, emerge a voz socialmente interrompida e esvaziada da mulher louca buscando pela palavra uma compreensão de sua experiência trágica ou apenas um canal de comunicação com o outro. A análise busca compreender como a louca utiliza a criação verbal e literária para se posicionar e falar a partir de seu convívio com o rótulo e o estigma e para fazer uma crítica de sua própria loucura.

 

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Biografia do Autor

Gislene Maria Barral Lima Felipe da Silva, Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal

Doutora em Literatura e Práticas Sociais pela Universidade de Brasília-UnB
Professora da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EAPE),
da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal (SEDF).

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Publicado

03-10-2011

Como Citar

Silva, G. M. B. L. F. da. (2011). O “falatório” de Stela do Patrocínio: a palavra como resistência ou a linguagem da loucura. Revista Cerrados, 20(31). Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/cerrados/article/view/26097

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