“Que tipo de liberdade deseja”:
os limites da farsa, da tragédia e da sátira em O Processo
DOI:
https://doi.org/10.26512/cerrados.v27i47.19734Palavras-chave:
Kafka. Sátira. Alienação. RealismoResumo
O leitor de O Processo não pode crer no que dizem as personagens, incluindo a personagem principal, nem nas suas ações, cômicas e farsescas. Também o que diz o narrador é suspeito, não merece crédito. Mas o leitor percebe também que há um propósito nisso. O desconexo não está aí como uma ordem sobrenatural ou diabólica. Está tudo “neste lado de cá” (diesseitig), como observa Lukács ao comparar Kafka com Hoffmann. O desconexo, não sendo despropositado, requer interpretação. A comédia de que Josef K. quer participar adquire a dimensão trágica em decorrência da ausência de saída para o personagem, mas ganha uma força satírica que pretendo salientar.
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