Vulgarização e destruição do falar andaluz na tradução literária
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v8.n4.2019.22624Palavras-chave:
Tradução literária. Tradução ética. Superposições de línguas. Falar andaluz. Espanhol-Português.Resumo
A tradução literária no par linguístico espanhol-português supõe o enfrentamento de desafios que vão desde as questões linguísticas relacionadas à proximidade de ambas as línguas até a tomada de decisões por parte do tradutor. Este artigo pretende se concentrar neste último, discutindo e destacando a postura ética do profissional da tradução quanto ao fenômeno das superposições de línguas. Para esse fim, neste trabalho escolheu-se um fragmento de La Sombra del Viento, romance escrito originalmente em espanhol por Carlos Ruiz Zafón, com o objetivo de analisar, à luz dos postulados das tendências deformadoras de Berman (2014 [1999]), a atuação de dois tradutores envolvidos nessa tarefa. Concretamente, privilegiaram-se as reflexões desse teórico no que diz respeito ao apagamento das superposições de línguas e à destruição das redes linguísticas vernáculas. A análise, de cunho contrastivo, manteve o foco nas soluções oferecidas pelos tradutores em português do Brasil e de Portugal para o problema da variedade andaluza que se identificou no modo de se comunicar de um dos personagens. Os resultados não poderiam haver sido um exemplo mais convincente das múltiplas possibilidades de solução no âmbito da tradução literária. Sobretudo, detectou-se que se impõe um conjunto de peculiaridades (omissão, transformação, homogeneização, entre outras). Tal conjunto foi o que levou cada um dos tradutores envolvidos a desempenhar seu ofício de um modo particular. Efetivamente, identificou-se um paradoxo no qual cada tradutor atua de diversas maneiras. Todas elas se encontram previstas no acervo de tendências deformadoras de Berman.
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Referências
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