“Sexy Nature”

a naturalização da (homo) sexualidade em uma exposição museográfica

Auteurs-es

  • Francisco Paolo Vieira Miguel

Mots-clés :

homossexualidade, essencialismo estratégico, museus, não humanos, “Sexy Naturel”

Résumé

Este artigo pretende analisar etnograficamente a narrativa explorada pela exposição britânica “Sexy Nature” quando em exibição em Paris. A partir do enfoque privilegiado de que esta exposição é um agente político ativo em um processo em curso de tentativa de naturalização de certas práticas sexuais e identidades (entre elas, a homossexualidade), descrevo e analiso as estratégias narrativas da exposição que, na busca de exibir a diversidade sexual do mundo não humano, se alterna entre a antropomorfização dos não humanos e a zoomorfização dos humanos. Assim e ao mesmo tempo, a exposição se propõe a deslocar certos signos de gênero para incluí-los no amplo escopo da “natureza”. Por último, concluo defendendo que, se por um lado são eficientes na ontologia naturalista, por outro, tais estratégias estão acompanhadas de eventuais riscos políticos em um processo que se convencionou chamar slippery slope.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

BATESON, Gregory. 1972. Steps to an ecology of the mind: A revolutionary approach to man’s understanding of himself. Chicago: University of Chicago Press.
CÉZILLY, Frank. 2009. La Sexualité Animale. Paris: Le Pommier/Cité des sciences et de l’industrie.
DESCOLA, Philippe. 2005. Par-delà nature et culture. Paris: Éditions Gallimard.
DOUGLAS, Mary. 1988 [1986]. Como as instituições pensam. São Paulo: Edusp.
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. 2007. Antropologia dos objetos: coleções, museus e patrimônios. Rio de Janeiro: Ministério da Cultura, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Departamento de Museus e Centros Culturais.
GUZZO, J.R. 2012. Parada Gay, cabra e espinafre. Revista Veja, Edição 2.295:116-118, nov.
HARAWAY, Donna. 1944-1985. “Teddy Bear Patriarchy: Taxidermy in the Garden of Eden, New York City, 1908-1936”. Social Text, 11: 20-64, DukeUniversity Press.
KAOMA, Kapya. 2009. Globalizing the Culture Wars: U.S. Conservatives, African churches, & homophobia. Somerville: Political Research Associates.
KIRKPATRICK, R.C. 2000. “The evolution of human homosexual behavior”. Current Anthropology, 1(3): 385-413.
LATOUR, Bruno. 2011. Jamais fomos modernos. Rio de Janeiro: Ed. 34.
LEVI-STRAUSS. 1975. O Totemismo Hoje. Petrópolis: Vozes.
MOTT, Luiz. 2005. Raízes Históricas da Homossexualidade no Atlântico Lusófono Negro. Texto apresentado à Conferência The Lusophone Black Atlantic in a Comparative Perspective, Centre for the Study of Brazilian Culture and Society, King’s College, Londres, 10-11/03/2005.
NEILL, James. 2009. “Against Nature? Homosexual Behavior in the Animal World”. In:___. The Origins and Role of Same-Sex Relations in Human Societies. Jefferson, North Carolina and London: McFarland & Company.
THOMAS, Keith. 2010. O homem e o mundo natural: mudanças de atitude em relação às plantas e aos animais (1500-1800). São Paulo: Companhia das Letras.
VALE DE ALMEIDA, Miguel. “Ser mas não ser, eis a questão. O problema persistente do essencialismo estratégico”. Working Paper CRIA 1, Lisboa.

Téléchargements

Publié-e

2018-02-16

Comment citer

Miguel, Francisco Paolo Vieira. 2018. « “Sexy Nature”: A naturalização Da (homo) Sexualidade Em Uma exposição museográfica ». Anuário Antropológico 39 (1):99-123. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6843.

Articles les plus lus du,de la,des même-s auteur-e-s

Articles similaires

<< < 1 2 3 4 5 6 7 > >> 

Vous pouvez également Lancer une recherche avancée d’articles similaires à cet article.