Desenvolvimento sustentável e povos indígenas

os paradoxos de um exemplo amazônico

Auteurs-es

  • José Pimenta

Mots-clés :

Antropologia

Résumé

Com o fracasso das políticas tradicionais de desenvolvimento e o crescimento do movimento ambientalista, a idéia de sustentabilidade vem se afirmando como o novo modelo para o desenvolvimento da Amazônia. Essa situação é particularmente visível no Estado do Acre que possui uma longa tradição de lutas sociais e ambientais e adotou oficialmente, nos últimos anos, a ideologia do desenvolvimento sustentável. Os povos indígenas souberam beneficiar-se desse novo contexto. Integrando a retórica ambientalista em suas reivindicações políticas e culturais, eles adquiriram uma visibilidade inédita. Todavia, se os projetos de desenvolvimento sustentável contribuíram para a melhoria das condições de vida desses povos, a ideologia que sustenta essas novas políticas permanece caracterizada por uma série de preconceitos sobre os índios e deve ser questionada. A partir de uma etnografía realizada com os Ashaninka do Acre, este artigo procura mostrar alguns limites e contradições da idéia de desenvolvimento sustentável quando aplicada aos povos indígenas.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

ALBERT, Bruce. 1993. L’or cannibale et la chute du ciei: une critique chamanique de 1’économie politique de la nature (Yanomami, Brésil). L’Homme 126-128: 349-378.
______ . 2000. Associações indígenas e desenvolvimento sustentável na Amazônia brasileira. Povos indígenas no Brasil 1996-2000. In: RICARDO, Carlos Alberto. (Org.). São Paulo: Instituto Socioambiental (ISA), p. 197-207.
ARNT, Ricardo Azambuja; SCHWARTMAN, Stephan. 1992. Um artifício orgânico. Transição na Amazônia e ambientalismo. Rio de Janeiro: Rocco.
BALÉE, Wiliam. 1992. People of the fallow: a historical ecology of foraging in Lowland South America. Conservation o f neotropic forests: working from tradicional resource use. New York: Columbia University Press, p. 35-57.
CONKLIN, Beth A.; GRAHAM, Laura R. 1995. The shifting middle ground: Amazonian indians and eco-politics. American Antropologist, n. 97 (4). p. 695-710.
DE ROBERT, Pascale. 2002. Falar e fazer desenvolvimento numa aldeia Kayapó. Boletim Rede Amazônia: diversidade sociocultural e políticas ambientais, n. 1. p. 67-71.
ESCOBAR, Arturo. 1995. Sustainable development: the death of nature and the rise of environment. Encountering development: the making and unmaking of the Third World. Princeton: Princeton University Press, p. 192-211.
GALLOIS, Dominique T. 1990. L’or et la boue: Cosmologie et orpaillage Waiãpi. Ethnies 11-12: 50-55.
______ . 1996. Controle territorial e diversificação do extrativismo na área indígena Waiãpi. In: RICARDO, Carlos Alberto. (Org.). Povos indígenas no Brasil 1991-1996. São Paulo: Instituto Socioambiental (ISA), p. 263-271.
GRANT, Bruce. 1995. In the soviet house o f culture. A century of Perestroikas. Princeton: Princeton University Press.
HURREL, Andrew. 1992. Brazil and the international politics o f the Amazonian deforestation. In: HURREL, A; KINSBURY, B. (Org.). The international politics o f the environment. Oxford: Clarenton Press, p. 398-429.
LEFF, Enrique. 1995. Green production: toward an environmental rationality. New York: Guilford Press.
LENA, Philippe. 2002. As políticas de desenvolvimento sustentável para a Amazonia: problemas e contradições. Boletim Rede Amazônia: diversidade sociocultural e políticas ambientais, n. 1. p. 9-22.
LITTLE, Paul E. 2001. Amazonia: territorial struggles on perennial frontiers. Baltimore e Londres: The Johns Hopkins University Press.
LITTLE, Paul E.; RIBEIRO, Gustavo L. 1996. Neo-liberal recipes, environmental cooks: the transformation of Amazonian agency. Série Antropológica, n. 213.
MEGGERS, Betty. 1971. Amazonia: man and culture in a counterfeit paradise. Chicago: Aldine.
MENDES, Margarete K. 1991. Etnografía preliminar dos Ashaninka da Amazonia brasileira. (Dissertação de Mestrado em Antropologia) - Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
______ â–  2000. Os Ashaninka do Rio Amônia no rumo da sustentabilidade. In: RICARDO, Carlos Alberto (Org.). Povos indígenas no Brasil 1996-2000. São Paulo: Instituto Socioambiental (ISA), p. 571-578.
PARESCHI, Ana Carolina. 1997. Realismo e utopia: o trabalho de formigas em um mundo de cigarras. (Dissertação de Mestrado em Antropologia Social) - Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília (DAN/UnB).
_______. 2002. Desenvolvimento sustentável e pequenos projetos: entre o projetismo, a ideologia e as dinâmicas sociais. (Tese de Doutorado em Antropologia Social) - Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília (DAN/UnB).
PERROT, Dominique. 1991. Les empêcheurs de développer en rond. Ethnies 6 (1 3 ). p. 4-11.
PIMENTA, José. 2001. De 1’ethnocide à 1'indianité: la question indienne dans 1’État de
PAcre. L ’Ordinaire Latino-Américain 184. p. 87-97.
______ ”¢ 2002. índio não é tudo igual. A construção Ashaninka da História e da política interétnica. (Tese de Doutorado em Antropologia Social) - D epartamento de Antropologia, Universidade de Brasília (DAN/UnB).
______ . 2003. A história oculta da floresta: imaginário, conquista e povos indígenas no Acre. Linguagens amazônicas, n. 2. p. 27-44.
RAMOS, A lcida Rita. 1998. Indigenism. Ethnic Politics in Brazil. Madison: The University of Wisconsin Press.
______ . 2000. The commodification o f the Indian. Série Antropológica, n. 281.
RIBEIRO, Gustavo L. 1992. Ambientalismo e desenvolvimento sustentado: N ova ideologia/ utopia do desenvolvimento. In: RIBEIRO, Gustavo L.; FAUSTO, Carlos; RIBEIRO, Lúcia (Orgs.). Meio ambiente, desenvolvimento e reprodução: visões da ECO 92. Rio de Janeiro:
ISER, Núcleo de Pesquisa, p. 5-36.
RICOEUR, Paul. 1978. O conflito das interpretações. Rio de Janeiro: Imago.
RIST, Gilbert. 1997. The history o f development. From western origins to global faith. Londres e New York: Zed Books.
SACHS, Ignacy. 1986. Ecodesenvolvimento, crescer sem destruir. São Paulo: Edições Vértice.
SAHLINS, Marshall. 1997a. O “pessimismo sentimental” a experiência etnográfica: Por que a cultura não é um “objeto” em via de extinção (Parte I). Mana 3 (1): p. 41-73.
______ . 1997b. O “pessimismo sentimental” a experiência etnográfica: Por que a cultura não é um “objeto” em via de extinção (Parte II). Mana 3 (2): p. 103-150.
VALLE DE AQUINO, Terri; IGLESIAS, Marcelo P. 2000. A hora e a vez dos indios no govemo da floresta. In: RICARDO, Carlos Alberto (Org.). Povos indígenas no Brasil 1996- 2000. São Paulo: Instituto Socioambiental (ISA), p. 565-570.
WEISS, Gerald. 1969. The cosmology o f the campa indians o f eastern Peru. (Ph.D Dissertation) - University o f Michigan.
WORLD BANK. 1981. Economic development and tribal peoples: human ecologic considerations. Washington: World Bank, Office of Environmental Affairs.

Téléchargements

Publié-e

2018-02-19

Comment citer

Pimenta, José. 2018. « Desenvolvimento sustentável E Povos indígenas: Os Paradoxos De Um Exemplo amazônico ». Anuário Antropológico 28 (1):115-50. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6827.

Articles similaires

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 > >> 

Vous pouvez également Lancer une recherche avancée d’articles similaires à cet article.