Mulheres presas e mercados de drogas: efeitos da crise global capitalista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v25i53.35861

Palavras-chave:

Mulheres., Prisão., Mercados de drogas., Trabalho., Informalidade.

Resumo

Este artigo versa sobre a situação das mulheres presas no Brasil por crimes tipificados na Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, que institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas. Essa legislação não emerge de um cenário novo, uma vez que é uma releitura da Lei nº 5.726, de 29 de outubro de 1971. No que se refere à metodologia da pesquisa, optou-se pela análise de dados quantitativos do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias de 2014 e 2017 e do Relatório Temático sobre Mulheres Privadas de Liberdade de 2019. Qualitativamente, recorreu-se à pesquisa bibliográfica de teses e dissertações produzidas entre os anos de 2006 e 2016, cujo tema central de investigação foi a situação das mulheres presas. Buscou-se mostrar que os crimes relacionados ao mercado de drogas no Brasil resultam da divisão internacional, sexual e racial do trabalho informal como a face ilícita da globalização capitalista.

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Biografia do Autor

Joana das Flores Duarte, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Professora da Universidade Federal de São Paulo do Curso de Serviço Social. Possui graduação em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2013). É Mestra em Serviço Social ( 2014-2016) e Doutora (2016-2019) pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social da PUC/RS. No mestrado pesquisou sobre adolescentes do sexo feminino em medida privativa de liberdade no Rio Grande do Sul e a interface com a seletividade penal de gênero no Sistema Socioeducativo. No Doutorado sobre mulheres no mercado informal e ilícito de drogas na última década (2006-2016) no Brasil. Tem experiência na área da infância e juventude, com ênfase na Execução da Medida Privativa de Liberdade para jovens autores e autoras de ato infracional e Mulheres no mercado varejista de drogas. Integra o Grupo de Estudos e Pesquisas em Violência - NEPEVI na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Neste grupo atua em pesquisas sobre violência contra a mulher numa perspectiva feminista e consubstancial (Gênero, Raça e Classe Social) na contemporaneidade e suas múltiplas expressões no meio rural, urbano e comunidades quilombolas. Integra também o Laboratório de Estudos sobre Hegemonia e Contra-Hegemonia (LEHC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Integra o Grupo de Trabajo: Feminismos, Resistencias y Emancipacíon (2019-2022) do Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO).

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Publicado

07/31/2023

Como Citar

DAS FLORES DUARTE, Joana. Mulheres presas e mercados de drogas: efeitos da crise global capitalista. SER Social, [S. l.], v. 25, n. 53, 2023. DOI: 10.26512/ser_social.v25i53.35861. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/35861. Acesso em: 9 maio. 2024.