Ressignificações do trabalho das mulheres para a agenda das políticas públicas.

Autores

  • Berlindes Astrid KüchemAnn
  • Tânia Cristina Cruz

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v10i23.12971

Palavras-chave:

Mulheres no mundo do trabalho, Trabalho doméstico, Políticas públicas, Público-privado, Ativos sociais

Resumo

A discussão sobre os significados dos trabalhos desempenhados por mulheres e o modo como a agenda das políticas públicas pode incorporar tais significações representa o foco deste artigo. A partir da discussão sobre a colonização do mundo da vida pela economia, do debate feminista em relação à centralidade do trabalho e de algumas notas de um trabalho de campo, o presente artigo centra seu conteúdo em quatro questões: a construção social acerca das atividades desenvolvidas por mulheres, em especial aquelas que estão nitidamente em situação de pobreza e exclusão social; os sentidos que o trabalho assume para mulheres que trabalham fora e dentro de casa; ativos sociais que mulheres criam para compensar a falta de políticas públicas; a importância de se redesenhar o escopo e o alcance das políticas públicas articulando o trabalho para o mercado, o trabalho doméstico e a provisão estatal de bem-estar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Berlindes Astrid KüchemAnn

Professora e pesquisadora do Departamento de Sociologia, UnB.

Tânia Cristina Cruz

Professora do Instituto Ceub de Desenvolvimento e Pesquisa (ICPD), do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).

Referências

ABRAMO, Laís. A situação da mulher latino-americana. In: DELGADO, D.; CAPELLING, P. SOARES, V. (Orgs.). Mulher e Trabalho:experiências de ação afirmativa. São Paulo: Boitempo, 2000.

______.Globalização, pobreza e mundo do trabalho. In: FEMINIZAçãO da pobreza, emprego e renda: seminário.Brasília: Câmara dos Deputados, 2004.

BANDEIRA, Lourdes; VASCONCELOS, Márcia. Equidade de Gênero e políticas públicas: reflexões iniciais. Brasília: Cadernos Agende V. 3, 2002.

______ Divisão Sexual do Trabalho: práticas simbólicas e práticas sociais.In:SIQUEIRA, Deis (Org.). Relações de trabalho: relações de poder. Brasília: EdUnB, 1997.

BRUSCHINI, C.; UNBEHAUM (Orgs.). Gênero, democracia e sociedade brasileira. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, Ed. 34, 2002.

CAILLÉ, A. Nem holismo nem individualismo metodológico: Marcel Mauss e o paradigma da dádiva.Revista Brasileira de Ciências Sociais, Anpocs, n. 38, 1998.

CARREIRA, Denise (Coord.). Igualdade de gênero no mundo do trabalho:projetos brasileiros que fazem a diferença. São Paulo, Brasília: Cortez, Fundo de Gênero Brasil-Canadá, 2004.

CAPPELLIN, Paola: Gênero, trabalho e cidadania em tempo de crise do emprego. Trabalho apresentado no II Encontro para Intercâmbio de Experiências do FIG no Brasil. Brasília, 2004.

COSTA, M. Dalla. Les femmes et la subversion sociale. Genebra: Librarie Adversaire, 1973.

CRUZ. Tânia Cristina da S. Iniciativas populares de geração de renda: participação popular e empreendimentos solidários em Santa Maria/DF. 2002. Dissertação (Mestrado em Sociologia) ”“ Universidade de Brasília (UnB), 2002.

______. Ocupação no mundo do trabalho e o enfoque de gênero:qual o perfil do sujeito-trabalhador que constrói a economia solidária no Brasil? Sociedade e Cultura, v. 9, n. 2, p. 311-326, jul./dez. 2006.

______. Avaliação das políticas públicas de economia solidária. Disponível em: . Acesso em jan. 2006.

______. Qual o seu trabalho mulher? Mulheres empreendedoras no contexto da Economia Popular Solidária. 2006. Tese (Doutorado em Sociologia) ”“ Universidade de Brasília, 2006.

______.Ontologia do trabalho e a participação das mulheres no mundo produtivo:algumas notas sobre a reinvenção da cidadania e da inserção social. Revista Série Diversidade e Cidadania, ESPAM, n. 5, p. 23-32, ago. 2007.

DAWN. Rethinking social development. World Development. v. 23, n. 11, p. 2001-2004, 1995.

GIUBERT, Adriana Maria. Estereótipos de gênero nos espaços familiar e do trabalho: traços culturais, relações de poder.Dissertação (Mestrado em Sociologia) ”“ Universidade de Brasília (UnB), 2002.

GOUDBOUT, J. O espírito da dádiva. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1999.

GUZMAN, Virgínia, La institucionalidad de género en el estado: nuevas perspectivas de análisis. Santiago de Chile: Cepal, 2001.

HEILBORN, Maria Luiza. Gênero e Condição Feminina: uma abordagem antropológica. In: INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAçãO MUNICIPAL. Mulher e políticas públicas. Rio de Janeiro: IBAM, 1991. p. 23-37.

HIRATA, Helena. Divisão sexual do trabalho; novas tendências e problemas atuais. In: ENCONTRO DE INTERCAMBIO DE EXPERIÊNCIAS DO FUNDO DE GÊNERO NO BRASIL. Gênero no mundo do trabalho. Brasília: CIDA, 2000.

KERGOAT, D. Da divisão do trabalho entre os sexos. Tempo Social. São Paulo, v. 1, 2. semestre, 1989.

KÜCHEMANN, Berlindes Astrid. Mulheres no mundo do trabalho: em busca de um modelo de desenvolvimento inclusivo.In: DAL ROSSO, Sadi; FORTES, José Augusto Abreu Sá. Condições de trabalho no limiar do século XXI. Brasília: Época, 2008. p 71-87.

______.Estratégias de sobrevivência de mulheres no setor Informal urbano. In: KOHIHEPP, Gerd (coord.) Brasil: modernização e globalização. Madrid: Biblioteca Iberoamericana; Frankfurt a. M,/Verwuert, 2000.

KÜCHEMANN, Berlindes Astrid; ZIMMERMANN, Neusa; VIEZZER, Moema Libera. Relações de gênero no ciclo de projetos. São Paulo: Rede Mulher de Educação, 1996.

KÜCHEMANN, Berlindes Astrid; THURAU, Doris (Orgs.). A condição feminina na sociedade brasileira: Sistema Integrado de Indicadores de Gênero nas Áreas de Trabalho e Educação e Ãndice Cultural de Gênero. Brasília: GTZ, 2006. 1 CD-Rom.

LACHENMANN, Gudrun. Frauen und Globalisierung: aktuelle Entwicklung und kritische Diskurse. Bielefeld: Universität Bielefeld (Programm Frauen in Entwicklungsländern), 1997. (Working Paper 284)

LYPOVETSKY, Gilles. A terceira mulher: permanência e revolução do feminino. São Paulo: Companhia da Letras, 2000.

MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas.In: Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

MELLO, Hildete Pereira de. Linha de Pobreza: um olhar feminino. Textos para discussão, UFF, Economia, TED 169, Maio/2005. Disponível em: Acesso em: 20 jun. 2008.

______. Mulheres: trabalhadoras e donas-de-casa. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998.

______; BARROS, Flávio. O desemprego no feminino.Archétypon, n. 22, jan./ab. 2000.

PALMER, Ingrid. Makroekonomie aus geschlechstsdiffenenzierter Sicht. Hinweise zur Genderorientierung. Eschborn: Deutsche Gesellschaft für Tecnische Zusammenarbeit, Abteilung 401, 1996.

SOARES, Ana Cristina Nassif. Mulheres chefes de família: narrativa e percurso ideológico. São Paulo: Ed. Unesp, 2002.

SUÁREZ, M.; BANDEIRA, L. (Orgs.). Violência, gênero e crime no Distrito Federal. Brasília: Paralelo 15, Ed. UnB, 1999.

SHIVA, Wandana. Beijing Conference: gender justice and Global Apartheid. In: AITHAL, Wathsala (ed). Vielfalt als Stärke: Beijing 1995, Texte Von Frauen aus dem Süden zur vierten Weltfrauenkonferenz. Frankfurt: Universität Frankfurt, 1996. p. 73-79.

YANNOULAS, Silvia C. A convidada de pedra: mulheres e políticas públicas de trabalho e renda. Brasília: Flacso, Abaré, 2004a.

______. Percepções, aspirações e imagens de gênero no Brasil contemporâneo.Comentários feitos ao texto de Paola Cappellin, “Gênero, Trabalho e Cidadania em Tempo de Crise do Emprego”, no II Encontro para Intercâmbio de Experiências do FIG no Brasil. Brasília, 15 a 17 de setembro de 2004b.

______. O trabalho sem fim: sobre a centralidade dos trabalhos femininos.In: DAL ROSSO, Sadi; FORTES, José Augusto Abreu Sá. Condições de trabalho no limiar do século XXI. Brasília: Época, 2008. p. 89-95.

WICHTERICH, Christa. Schmerzliche Erfahrungen. Förderpläne für Frauen. Modernisierung der Ungleichheiten. Stuttgart: Der Überblick, v. 4, n. 87, p. 60-62.

WORLDBANK. Integrating Women into Development. Washington 1976.

Downloads

Publicado

14-08-2009

Como Citar

KÜCHEMANN, Berlindes Astrid; CRUZ, Tânia Cristina. Ressignificações do trabalho das mulheres para a agenda das políticas públicas. SER Social, Brasília, v. 10, n. 23, p. 13–38, 2009. DOI: 10.26512/ser_social.v10i23.12971. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/12971. Acesso em: 18 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Temáticos