O Capital Social nas Políticas Socioambientais

entre a Panacéia e o Bom Uso do Conceito

Auteurs-es

  • Igor Ferraz da Fonseca

DOI :

https://doi.org/10.18472/SustDeb.v1n1.2010.731

Mots-clés :

Capital social, Governança ambiental, Política ambiental, Desenvolvimento local

Résumé

O conceito de capital social se tornou base das políticas ambientais e de desenvolvimento na contemporaneidade. Contudo, a proliferação das discussões teóricas sobre o conceito não se traduziu em mudança substantiva na efetividade dessas políticas. O objetivo deste estudo é mostrar que o conceito de capital social tem sido utilizado de forma indiscriminada, acrítica e fechada no âmbito das políticas socioambientais. O uso banalizado do conceito pode comprometer a eficiência e a eficácia de projetos e políticas direcionadas ao desenvolvimento local, pois obscurece assimetrias de poder e, não raramente, as agrava. O capital social pode ser útil para a promoção do desenvolvimento sustentável, mas para que isso ocorra, faz-se urgente e necessária uma redefinição do conceito que incorpore os conflitos e as relações de poder existentes nas diversas realidades. Dessa forma, O esforço deve ser direcionado para uma melhor alocação do capital social ”“ o que implica intervir nas relações de poder locais ”“ e não para seu “fomento” ou “promoção”.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

Axelrod, R. (1981). The emergence of cooperation
among egoists. American Political Science Review,
75, 306-318.
Bebbington, A. (2000). Reencountering development:
livelihood transitions and place transformation in the
Andes. Annals of the Association of American
Geographers, 90, 495-520.
Bebbington, A. (2002). Sharp knives and blunt
instruments: social capital in development studies.
Antipode, 34, 800-803.
Bebbington, A. (2004). Social capital and
development studies 1: critique, debate, progress?.
Progress in Development Studies, 4 (4), 343-349.
Bebbington, A. (2007). Social capital and
development studies II: can Bourdieu travel to policy?.
Progress in Development Studies, 7 (2), 155-162.
Blair, H. (2000). Participation and accountability at the periphery: democratic local governance in six
countries. World Development, 28 (1), 21-39.
Bodin, O., & Crona, B. (2008). Management of Natural
Resources at the Community Level: Exploring
the Role of Social Capital and Leadership in a Rural
Fishing Community. World Development, 36 (12),
2763 - 2779.
Bouma, J., Bulte, E., & van Soest, D. (2008). Trust
and cooperation: Social capital and community
resource management. Journal of Environmental
Economics and Management, 56, 155 - 166.
Bourdieu, P. (1974). A economia das trocas simbólicas.
S. Miceli (org.). São Paulo: Perspectiva.
Bourdieu, P. (1986). The forms of capital. In: J.
Richardson (Ed.). Handbook of Theory and Research
for the Sociology of Education. New York:
Greenwood), 241-258.
Bourdieu, P.(1990). Coisas ditas. São Paulo:
Brasiliense.
Bourdieu, P. (1998). O poder simbólico. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil.
Cleaver, F. (2001). Institutions, agency and the
limitations of participatory approaches to
development. In: B. Cooke, & U. Kothari (Orgs.).
Participation: the new tyranny?. New York: Zed
Books.
Cleaver, F. (2005). The inequality of social capital
and the reproduction of chronic poverty. World
Development, 33 (6), 893-906.
Coelho, V; Favareto, A. (2008). Questioning the
Relationship between Participation and Development:
A case study of the Vale do Ribeira, Brazil. World
Development, 36 (12), 2937 ”“ 2952.
Coleman, J. (1988). Social capital in the creation of
human capital. American Journal of Sociology, 94,
95-120.
Dino, K. (2003). Cultura política local como dimensão
da sustentabilidade na gestão de recursos
hídricos: o caso do Comitê da Sub-Bacia
Hidrográfica Mineira do Rio Paracatu. Dissertação
de mestrado não-publicada, Centro de Desenvolvimento
Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília,
Brasil.
Fine, B. (1999). The developmental state is dead: long
live social capital? Development and Change, 30, 1-
19.
Fine, B. (2002). They f**k you up those social
capitalists. Antipode, 34 (4), 796”“799.
Fine, B. (2007). Eleven hypotheses on the conceptual
history of social capital - A response to James Farr.
Political Theory, 35 (1), 47-53.
Fonseca, I., & Bursztyn, M. (2009). A Banalização
da Sustentabilidade: reflexões sobre governança
ambiental em escala local. Sociedade e Estado, 24
(1), 17-46.
Fonseca, I., & Bursztyn, M. (2007). Mercadores de
moralidade: a retórica ambientalista e a prática do
desenvolvimento sustentável. Ambiente e Sociedade,
10 ( 2) 169-186.
Fuks, M., & Perissinotto, R. Recursos, decisão e poder:
conselhos gestores de políticas públicas de
curitiba. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.
21, n. 60, p. 67-81, 2006.
Grootaert, C. (1998). Social capital: the missing link?
SCI working paper, 3. Recuperado em 5 de março,
2009, de http://povlibrary.worldbank.org/files/
5459_sciwp3.pdf.
Harriss, J. (2001). Public action and the dialectics of
decentralisation: against the myth of social capital and
the missing link in development. Social Scientist, 29,
25-40.
Manor, J. (2004).User committees: a potentially
damaging second wave of descentralization?. The
European Journal of Development Research, 16 (1),
192-213.
Mohan, G., & Stokke, K. (2000). Participatory
development and empowerment: the dangers of
localism. Third World Quarterly, v. 21, n.2, 247”“268.
Olival, A., Spexoto, A., & Rodrigues, J. (2007). Participação
e cultura política: os conselhos municipais
de desenvolvimento rural sustentável no território
Portal da Amazônia. RER Revista de Sociologia e
Economia Rural, 45 (4), 1013-1035.
Ostrom, E. (1990). Governing the commons : the
evolution of institutions for collective action.
Cambridge: Cambridge University Press.
Pereira, M. (2008). Composição do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Paraguassu: análise da origem
geográfica e do setor econômico representado
por seus membros como fatores intervenientes na
gestão participativa de recursos hídricos. Dissertação
de mestrado não-publicada, Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília,
Brasília, Brasil.
Portes, A. (1998). Social capital: its origins and
applications in modern Sociology. Annual Review of
Sociology, 24, 1-24.
Portes, A., & Landolt, P. (2000). Social capital:
promise and pitfalls of its role in development. Journal
of Latin American Studies, 32, 529-547.
Pretty, J., & Ward, H. (2001). Social capital and the
environment. World Development, 29 (2), 209 ”“ 227.
Putnam, R. (1996) Comunidade e democracia: a experiência
da Itália moderna. Rio de Janeiro: Editora
Fundação Getúlio Vargas.
Ribot, J. (2007). Representation, citizenship and the
public domain in democratic decentralization. Society
for International Development, 50 (1), 43-49.
Rondinelli, D., McCullough, J., & Johnson, R. (1989).
Analysing decentralization policies in developing
countries: a political-economy framework.
Development and Change, 20, 57-87.
Sanyal, B. (2005) Planning as anticipation of
resistance. Planning Theory, v. 4, n. 3, 225-245.
Sayago, D. (2007). Os conselhos de desenvolvimento
territorial: entre a participação e a representação.
Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento
Regional, 3 (4), 9-21.
Sayago, D. (2000). A invenção burocrática da participação:
discursos e práticas no Ceará. Tese de
doutoramento não-publicada, Instituto de Ciências
Sociais, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil.
Souza, L. (2008). Desafios da implementação da
Política Nacional de Recursos Hídricos: o caso da
Bacia do São Francisco. Dissertação de mestrado
não-publicada, Centro de Desenvolvimento Sustentável,
Universidade de Brasília, Brasília, Brasil.
Toni, F., Machado, L., & Pinto, M. (2006). Políticas
públicas e participação social: análise das demandas
da sociedade civil na construção do Plano BR-
163 Sustentável. Projeto Diálogos. Brasília: Centro
de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de
Brasília.
Wendhausen, A., & Caponi, S. (2002). O diálogo e a
participação em um conselho de saúde em Santa
Catarina, Brasil. Cad. Saúde Pública, 18 (6), 1621-
1628.
Wong, K. (2003). Empowerment as a panacea for
poverty: old wines in new bottles? reflections on the
world bank’s conception of power. Progress in
Development Studies, 3 (4), 307 - 322.
Woolcock, M., & Narayan, D. (2000) Social capital:
implications for development theory, research and
policy. The World Bank Research Observer, 15 (2),
225-249.

Téléchargements

Publié-e

2010-10-01

Comment citer

Fonseca, I. F. da. (2010). O Capital Social nas Políticas Socioambientais: entre a Panacéia e o Bom Uso do Conceito. Sustainability in Debate, 1(1), 79–90. https://doi.org/10.18472/SustDeb.v1n1.2010.731

Numéro

Rubrique

Artigos

Articles similaires

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 > >> 

Vous pouvez également Lancer une recherche avancée d’articles similaires à cet article.