Saúde ecossistêmica:

do inconsciente ecológico a um novo projeto de civilização

Autores

  • Paulo Freire Vieira Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil.
  • Marina Favrim Gasparini Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.18472/SustDeb.v9n1.2018.26953

Palavras-chave:

Saúde Ecossistêmica, Epistemologia Sistêmica, Transdisciplinaridade, Ecologia Cognitiva, Ecodesenvolvimento

Resumo

Este artigo insere-se no debate em curso sobre abordagens ecossistêmicas em saúde de um ponto de vista sensível às incertezas geradas em uma época estigmatizada pela “grande aceleração do Antropoceno”. Sob o pano de fundo das aporias da visão neoliberal do desenvolvimento, os autores resgatam o potencial contido nas pesquisas mais recentes sobre o funcionamento da mente e da consciência, em busca de estruturas unificadoras nas imagens que forjamos do ser humano e da evolução da vida no planeta. Nesse sentido, a noção de saúde ecossistêmica é associada à pesquisa de novos padrões de entrelaçamento coevolutivo ”“ ou simbiótico ”“ dos seres humanos com o planeta. O texto sugere que sua adoção equivaleria a uma metamorfose dos sistemas dualistas de crenças que se tornaram hegemônicos na cultura do Ocidente, rumo à construção de um novo projeto de civilização.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Freire Vieira, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil.

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil.

Marina Favrim Gasparini, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil.

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil.

Referências

ANDERS, Gunther. L’Obsolescence de l’homme. Sur l’âme à l’époque de la deuxième révolution industrielle. Paris: Encyclopédie des Nuisances-Ivrea, 2002.

ANDREEWSKY, Evelyne et al.. Systémique et cognition. Paris: Dunod, 1991.

BECK, Ulrich. Risk society: towards a new modernity. London: Sage, 1992.

BERRY, Thomas. The great work ”“ our way into the future, New York: Bell Tower, 1999.

BERTALANFFY, Ludwig von. General systems theory. New York: Braziller, 1968.

BOFF, Leonardo. Sustentabilidade. O que é ”“ O que não é. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.

BOHM, David. A totalidade e a ordem implicada. Uma nova percepção da realidade. São Paulo: Cultrix, 1980.

BOHM, David; PEAT, David. La conscience et l’univers. Paris: Éditions du Rocher, 2008.

BONNEUIL, Christophe; FRESSOZ, Jean-Baptiste. L’événement anthropocène. La Terre, l’histoire et nous. Paris: Éditions du Seuil, 2013.

BOTKIN, Daniel. Discordant harmonies. A new ecology for the 21th. century. New York: Oxford University Press, 1990.

CHARRON, Dominique F.. Ecohealth Research in Practice: Innovative Applications of an Ecosystem Approach to Health. Springer, New York, NY, USA: International Development Research Centre, Ottawa, Canada, 2012.

CRUTZEN, Paul.J. Geology of mankind. Nature, vol. CDXV, 2002.

DAG HAMMARSKJÖLD FOUNDATION. What now? Uppsala: DHF, 1975.

DANSEREAU, Pierre. La terre des hommes et le paysage intérieur.Ottawa: Leméac, 1973.

DUFOUR, Rose. Complexité et santé publique. Conséquences systémiques de la répresentation du corps. Revue Internationale de Systémique, vol. 9, nr.3, p. 305-326, 1995.

DUPUY, Jean-Pierre. Pour un catastrophisme éclairé. Quando l’impossible est certain. Paris: Éditions du Seuil, 2002.

DUPUY, Jean-Pierre. Petite métaphysique des tsunamis. Paris: Seuil, 2005.

ECKERSLEY, Robyn. Environmentalism and political theory. Toward an ecocentric approach. London: UCL Press, 1992.

FORGET, Gilles; LEBEL, Jean. Approche écosystémique à la santé humaine. In: GÉRIN, M. et al. (Orgs.) Environnement et santé publique ”“ Fondements et pratiques. Edisem/Tec & Doc, Acton Vale/Paris, 2003. p. 593-638. Disponível em: <http://www.dsest.umontreal.ca/documents/29Chap23.pdf>. Acesso em : 20 fev. 2015.

GALTUNG, Johan. Cultural peace: some characteristics. In: UNESCO (Org.) From a culture of violence to a cultura of peace. Paris: UNESCO, 1996.

GUILLAUME, Bertrand. Anthropocene. In: BOURG, D.; PAPAUX, A. (Orgs.). Dictionnaire de la pensée écologique. Paris: PUF, 2015. p. 35-40.

GUNDERSON, L.H.; HOLLING, C.S. (Orgs.) Panarchy. Understanding transformations in human and natural systems. Washington: Island Press, 2002.

HATHAWAY, Mark; BOFF, Leonardo. O tao da libertação. Explorando a ecologia da transformação. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.

ILLICH, Ivan. La convivialité. Paris: Éditions du Seuil, 1973.

ILLICH, Ivan. Oeuvres complètes. Paris: Fayard, 2011.

LABORIT, Henri. Dieu ne jouepasauxdés. Paris: Grasset, 1987.

LASZLO, Ervin. Macrotransição. O desafio para o Terceiro Milênio. São Paulo: Axis Mundi, 2001.

LASZLO, Ervin; GROF, Stanislav; RUSSELL, Peter. The consciousness revolution. Las Vegas: Elf Rock Productions, 2003.

LASZLO, Ervin. A ciência e o campo Akáshico. Uma teoria integral de tudo. São Paulo: Cultrix, 2008.

LEBEL, Jean. La santé: une approcheécosystémique. Centre de recherches pour le développement international, Ottawa, Canada, 2003.

LE MOIGNE, Jean-Louis. Lesepistemologiesconstructivistes. Paris: PUF, 1995.

LORIUS, Claude; CARPENTIER, Laurent. Voyage dans l’Anthropocène. Cette nouvelle ère dont nous sommes les héros. Québec: Actes-Sud, 2010.

MARIS, Virginie. Philosophie de la biodiversité. Petite éthique pour une nature en péril. Paris: Buchet/Chastel, 2010.

MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento. As bases biológicas do entendimento humano. Campinas: Psy, 1995.

MAX-NEEF, Manfred. Fundamentos de latransdisciplinaridad. Valdívia, 2004.

MEADOWS, Denis; MEADOWS, Donnella.The limits to growth. New York: Universe Books, 1972.

MEADOWS, Denis; MEADOWS, Donnella; RANDERS. Les limites à la croissance (dans un monde fini). Paris: Editions Rue de l’Echiquier, 2004.

MIDAL, Fabrice. Quel boudhisme pour l’Occident? Paris: Éditions du Seuil, 2006

MORIN, Edgar. Introduction à la pensée complexe. Paris: ESF Editeur, 1990.

MORIN, Edgar; KERN, Anne B. Terre Patrie. Paris: Seuil, 2000.

MORIN, Edgar. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.

MORIN, Edgar. Os setes saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez Editora, 2000.

MORIN, Edgar; LE MOIGNE, Jean-Louis. A inteligência da complexidade. São Paulo: Peirópolis, 2000.

MURTI, Tirupattur R.V. The central philosophy of Buddhism. London: Unwin Paperbacks, 1980.

NAJMANOVICH, Denise. O sujeito encarnado ”“ questões para pesquisa no/do cotidiano. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

NICOLESCU, Basarab. O manifesto da transdisciplinaridade São Paulo: Trion, 1999.

PAUL, Patrick; PINEAU, Gaston (Orgs.) Transdisciplinarité et formation. Paris: L’Harmattan, 2005.

PETITMENGIN, Claire. Le chemin du milieu. Introduction à la vacuité dans la pensée boudhiste indienne. Paris: Éditions Dervy, 2007.

PINEAU, Gaston (Ed.) Pour une écoformation. Former à et par l’environnement. Arcueil (Número especial do periódico Education Permanente, n. 148, 2001).

PRIGOGINE, I. ; STENGERS, I. A nova aliança. Metamorfose da ciência. Brasília : Editora da UnB, 1997.

RANDOM, Michel. La pensée transdisciplinaire et le réel. Paris: ÉditionsDervy, 1996.

RIBEIRO, Maurício A. Meio ambiente & evolução humana. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013.

SACHS, Ignacy. Stratégies de l’écodéveloppement. Paris: Les Editions Ouvrières, 1980.

SACHS Ignacy. Rumo à ecossocioeconomia. Teoria e prática do desenvolvimento. São Paulo: Cortez (Organizado por Paulo Freire Vieira), 2007.

SACHS, Ignacy. A terceira margem. Em busca do ecodesenvolvimento. São Paulo : Companhia das Letras, 2009.

SAINT-CHARLES, Johanne et al.. Ecohealth as a field: Looking forward. EcoHealth, 11, p. 300-307, 2014.

STEFFEN, Will.; CRUTZEN, Paul J.; McNEILL, Jim. The Anthropocene. Are humans now overwhelming the great forces of nature? AMBIO, vol. XXXVI, nr.8, 2007.

STENGERS, Isabelle. Au temps des catastrophes. Résister à la barbárie qui vient. Paris: La Découverte, 2009.

STERLING, Stephen. Transformative learning and sustainability: sketching the conceptual ground. Learning and Teaching in Higher Education, vol.5, 2011.

TEODORANI, Massimo. David Bohm. La physique de l’infini. Cesena: Macro Éditions, 2011.

TIRY, Gérard. Connaître le Réel. Mythes ou réalités. Lyon: Chronique Sociale, 1994.

VARELA, Francisco. Autonomie et connaissance. Essai sur le vivant. Paris: Éditions Du Seuil, 1989a.

VARELA, Francisco. Connaître les sciences cognitives.Tendances et perspectives. Paris: Éditions du Seuil, 1989b.

VARELA, Francisco; THOMPSON, Evan; ROSCH, Eleanor. A mente corpórea. Ciência cognitiva e experiência humana. Lisboa: Instituto Piaget, 1993.

VARELA, Francisco. Quel savoir pour l’éthique? Action, sagesse et cognition. Paris: La Découverte, 1996.

VIEIRA, Paulo F.; RIBEIRO, Maurício A. Ecologia humana, ética e educação. A mensagem de Pierre Dansereau. Florianópolis: APED, 1999.

VIEIRA, Paulo Freire. Éducation pour l’écodéveloppement au Brésil: promesses et incertitudes. Éducation relative à l’environnement, vol. 4, 2003. p. 57-76.

VIEIRA, Paulo Freire; BERKES, Fikret; SEIXAS, Cristiana Simão. Gestão integrada e participativa de recursos naturais. Conceitos, métodos e experiências. Florianópolis: APED e Seco, 2005.

VIEIRA, Paulo Freire. Políticas ambientais no Brasil: do preservacionismo ao desenvolvimento territorial sustentável. Política & Sociedade, vol. 8, nr. 14, 2009.

VIEIRA, Paulo Freire. Ecodesenvolvimento: desvelando novas formas de resistência no Antropoceno. In: SOUZA, C.M.M.; SAMPAIO, C.A.C.; ALVES, A.R.; ALCÂNTARA, L.C. S. (Orgs.) Novos Talentos ”“ processos de educação para o ecodesenvolvimento. Blumenau: Nova Letra Editora, 2016. p. 23-63.

WATZLAWICK, Paul. A realidade inventada. Como sabemos o que cremos saber? Campinas : Editorial Psy II, 1994.

WCED. Our common future. Oxford: Oxford University Press, 1987.

WEBER, Renée. Diálogos com cientistas e sábios. A busca da Unidade. São Paulo: Editora Cultrix, 1997.

WILBER, Ken (Org.) O paradigma holográfico e outros paradoxos. Explorando o flanco dianteiro da ciência. São Paulo: Editora Cultrix, 1995.

WILBER, Ken. O espectro da consciência. São Paulo: Cultrix, 1997.

Downloads

Publicado

2018-04-30

Como Citar

Freire Vieira, P., & Favrim Gasparini, M. (2018). Saúde ecossistêmica:: do inconsciente ecológico a um novo projeto de civilização. Sustainability in Debate, 9(1), 121–135. https://doi.org/10.18472/SustDeb.v9n1.2018.26953

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 6 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.