Tecnologias sociais de convivência com o Semiárido e a racionalidade camponesa

Autores

  • Carla Gualdani Universidade de Brasília
  • Marli Sales Universidade de Brasília.

DOI:

https://doi.org/10.18472/SustDeb.v7n0.2016.18646

Palavras-chave:

Tecnologias sociais, Convivência com o semiárido, Racionalidade camponesa

Resumo

O presente trabalho analisa a racionalidade de agricultores familiares no processo de tomada de decisão quanto à implantação de tecnologias sociais em suas unidades de produção, dentro de um contexto de dificuldade de acesso à água e produção de alimentos, no semiárido brasileiro. Tendo como base metodológica a observação participante com realização de entrevistas e aplicação de questionários, foi realizado um estudo de caso do projeto “Sistematização e Reaplicação de Tecnologias Sociais”, que propunha a implantação de 14 diferentes tipos de tecnologias sociais de outras áreas do semiárido a um grupo de 20 agricultores familiares, do município de Piranhas, Alagoas. Entre os elementos acionados pelos sujeitos da investigação na constituição de sua racionalidade foram identificados: a penosidade, a disponibilidade de tempo, a disponibilidade de força de trabalho, a disponibilidade financeira, a busca de qualidade de vida, os saberes sobre a natureza no semiárido, os saberes da experiência no ofício de agricultores e a confiança nos vizinhos e parentes. Os resultados apontam o desenvolvimento e a utilização de uma lógica qualitativa, extremamente vinculada às relações com o território e as estratégias de convivência com o semiárido, informada pelos laços de confiança.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AB'SABER, A. N. Sertões e sertanejos: uma geografia humana sofrida. Estudos Avançados. [on-line]. 1999, v. 13, n. 36 p. 7-59. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141999000200002&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 23/10/2016

ALMEIDA, R. A.; PAULINO, E. T. Fundamentos teóricos para o entendimento da questão agrária: breves considerações. Geografia, Londrina, v. 9, n. 2, p. 113-127, jul./dez. 2000.

ASA. ARTICULAÇÃO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. O Lugar da Convivência na Erradicação da Extrema Pobreza: reflexões e proposições da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), no intuito de contribuir para a garantia plena do acesso à água para todas as pessoas no semiárido. Recife. 2011. Disponível em: http://www.adital.com.br/site/noticia_imp.asp?lang=PT&img=S&cod=58506>. Acesso em: 12 jul. 2014.

BAPTISTA, N de Q; CAMPOS, C. H. Possibilidades de construção de um modelo sustentável de desenvolvimento no semiárido. In: CONTI, I. L.; OSCAR, E. Convivência com o Semiárido Brasileiro: autonomia e protagonismo social. Editora IABS: Brasília. p. 27-35. 2013.

BAUMGARTEN, M. Tecnologias sociais e inovação social. In: CATTANI, A. D.; HOLZMANN, L. Dicionário de trabalho e tecnologia. UFRGS. Porto Alegre, 2006. 127 p.

CARINI, J. J. Reterritorializações de agricultores migrantes compulsórios: racionalidades, representações e cidadania. 2010. 135 p. Tese de Doutorado. UFRGS. Porto Alegre.

CAVALCANTI, E. R. Educação ambiental e educação contextualizada com base na convivência com o semiárido. In: BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). In: LIMA, R. da C. et al. Desertificação e Mudanças Climáticas no Semiárido Brasileiro. INSA-PB. não paginado. 2011.

CHACON, S. S. O sertanejo e o caminho das águas. Políticas públicas, modernidade e sustentabilidade no semiárido. Banco do Nordeste do Brasil. 2007. 354 p.

CHAYANOV, A. V. La organización de la unidad económica campesina. Buenos Aires: Nueva Visión, 1981.

CONTI, I. L.; SCHROEDER, E. O. Convivência com o Semiárido Brasileiro: autonomia e protagonismo social. Editora IABS: Brasília, DF, 208 p. 2013.

DAGNINO, R. P. A tecnologia social e seus desafios. In: LASSANCE, A.; PEDREIRA, S. Tecnologia social: uma estratégia para o desenvolvimento. p. 15-64. Rio de Janeiro: Fundação Banco do Brasil, 2004.

DAGNINO, R. P. Tecnologia Social: ferramenta para construir outra sociedade. Campinas-SP. IG: Unicamp. 2009.

DOURADO, J. A. L. Camponês catingueiro: reflexões sobre o campesinato no Semiárido brasileiro. GeoTextos, v. 8, n. 1, p. 97-119, jul. 2012.

GALINDO, W. C. M. Intervenção rural e autonomia: a experiência da Articulação no Semiárido/ASA em Pernambuco. 2003. 123 p. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco. Recife.

GERARDI, L.; SALAMONI, G. Para entender o campesinato: a contribuição de A. V. Chayanov. Geografia 197-208. 1994

GUALDANI, C. Tecnologias sociais e convivência com o semiárido. A experiência de agricultores familiares do sertão alagoano. 2015. 132 p. Dissertação de mestrado. Brasília.

GUERRA, I. Modos de vida: novos percursos e novos conceitos. Sociologia: problemas e práticas. n. 13, 1993: 59-74

HEYNIG, K. Principales enfoques sobre la economía campesina. Comissão Econômica para América Latina. CEPAL. Equador. 1982.

INSA. INSTITUTO NACIONAL DO SEMIÁRIDO. Sistema de Gestão da Informação e do conhecimento do semiárido brasileiro. Disponível em: <http://www.insa.gov.br/sigsab>. Acesso em: 12 dez. 2012.

ITS. INSTITUTO DE TECNOLOGIA SOCIAL. Conhecimento e cidadania. ITS BRASIL. Tecnologia Social, 1. 2007.

LAMARCHE, H. (Org.) Agricultura Familiar. São Paulo: Unicamp, 1993, 336 p.

MACIEL, A. L. S.; FERNANDES, R. M. C. Tecnologias sociais: interface com as políticas públicas e o serviço social. Serv. Soc. Soc. São Paulo, n. 105, p. 146-165, jan./mar. 2011.

MALVEZZI, R. Semiárido: uma visão holística. Brasília: Confea, 2007.

NOVAES, H. T.; DIAS, R. Contribuições ao marco analítico-conceitual da Tecnologia Social. In: DAGNINO, R. (Org.) Tecnologia Social: ferramenta para construir outra sociedade. Campinas, SP. IG/Unicamp. 2009.

SANTOS, T. A. Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA): a convivência com o semiárido e a construção de um regionalismo de resistência. Tese de Doutorado. Geografia Humana. FFLCH/USP, 2016

SCHENATO, V. C. Economia moral e resistências cotidianas no campesinato: uma leitura a partir de E. P. Thompson e James Scott. In: I Conferência Nacional de Políticas Públicas contra a Pobreza e a Desigualdade. Natal, UFRN. 2010.

SILVA, R. M. A. Entre o combate à seca e convivência com o semiárido: transições paradigmáticas e sustentabilidade do desenvolvimento. Banco do Nordeste. Fortaleza. 2008. 276 p.

THOMAS, H. E. Tecnologias para a inclusão social e políticas públicas na América Latina. In: OTERLOO, A. et al. Tecnologias Sociais: caminhos para a sustentabilidade. Brasília. 2009.

WANDERLEY, M. N. de. Em Busca da Modernidade Social. Uma Homenagem a Alexander V. Chayanov. Campinas: Unicamp, 1989. 33p.

WANDERLEY, M. N. de. O campesinato brasileiro: uma história de resistência. Rev. Econ. Sociol. Rural, v. 52, supl.1 Brasília, 2014.

WANDERLEY, M. N. de. Conceitos sociológicos fundamentais. Tradução: Artur Morão. Lisboa, Portugal: Edições 70, LDA, 2009.

Downloads

Publicado

2016-12-07

Como Citar

Gualdani, C., & Sales, M. (2016). Tecnologias sociais de convivência com o Semiárido e a racionalidade camponesa. Sustainability in Debate, 7, 86–99. https://doi.org/10.18472/SustDeb.v7n0.2016.18646

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.