AS EXPOSIÇÕES INTERNACIONAIS DE ARTE BRASILEIRA:
discursos, práticas e interesses em jogo
Palavras-chave:
Brasil, Arte, Cultura, Exposição internacionalResumo
Nos anos 90, a presença da arte brasileira tornou-se cada vez mais freqüente na cena artística internacional. Curadores e demais agentes internacionais vêm adotando um discurso politicamente correto, segundo o qual as fronteiras entre centro e periferia, que sempre organizaram o campo artístico internacional, teriam desaparecido, permitindo assim a valorização da arte de países periféricos pelas instituições mais prestigiosas dos países centrais. Contudo, a maior parte dos diferentes eventos em torno da arte brasileira servem muito pouco à democratização do campo artístico ou à difusão da cultura brasileira no plano internacional. De fato, eles refletem a globalização em seus efeitos perversos, servindo para aumentar o prestígio e o poder econômico de algumas poucas instituições e indivíduos, limitando a cultura brasileira à reprodução de seus estereótipos. Neste artigo, para demonstrar essa idéa, analisam-se em detalhe quatro exposições de arte brasileira organizadas na exterior: Brazil Body and Soul (Museu Guggenheim, Nova Yorque), Hélio Oiticica Quasi-Cinemas (New Museum, Nova Yorque), Un art populaire (Fundação Cartier, Paris), Tunga/Mira Schendel (Galeria Nacional Jeu de Paume, Paris).