O suicídio no Brasil contemporâneo

Autores

  • Bráulio Figueiredo Alves da Silva Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Antônio Augusto Pereira Prates Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Alexandre Antônio Cardoso Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Nina Rosas Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) https://orcid.org/0000-0003-4133-187X

DOI:

https://doi.org/10.1590/s0102-699220183302014

Palavras-chave:

Suicídio, Saúde pública, Teoria durkheimiana, Análise espacial

Resumo

Como um grave problema de saúde pública, não é recente o interesse das organizações internacionais pela problemática da mortalidade por suicídio, tanto nos distintos grupos etários como nos segmentos socioeconômicos. A sociologia, desde suas origens, oferece explicações a respeito dos determinantes estruturais desse fenômeno. As estatísticas oficiais indicam que o Brasil é o oitavo país com o maior número de suicídios no mundo, todavia, existem poucos estudos que se dedicam a tratar do assunto, ainda que o suicídio tenha elevada prevalência em muitas sociedades contemporâneas. Partindo dessa lacuna na literatura, este artigo apresenta os padrões das mortes por suicídios no Brasil entre os anos de 1980 a 2010, usando informações do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM/DataSUS), do Ministério da Saúde. Ao tomar como unidade de análise os municípios brasileiros, análises exploratórias e econométricas foram usadas a fim de verificar o efeito de elementos de integração social sobre as taxas de suicídios. Adicionalmente, investigou-se como o espaço é uma variável relevante para o estudo desse fenômeno, indicando para duas grandes regiões de conglomerados espaciais no Brasil. Os resultados apontam uma possível associação entre fatores de baixa integração social e maior taxa de suicídio no Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bráulio Figueiredo Alves da Silva, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Professor do curso de Pós-Graduação em Sociologia do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Bolsista de Produtividade CNPq. 

Antônio Augusto Pereira Prates, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Professor titular aposentado do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

Alexandre Antônio Cardoso, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Professor associado do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil e colaborador da Sociedade Brasileira de Sociologia e do Comitê da Área de Sociologia da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). 

Nina Rosas, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Professora adjunta do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil e colaboradora da Pós-Graduação em Sociologia da UFMG.

Referências

ANDRES, A. R. Income inequality unemployment and suicide: a panel data analysis of 15 european countries. J. Appl. Econ., v. 37, p. 439-451, 2005.

ANSELIN, L. Local Indicators of Spatial Association (Lisa). Geographical Analysis, v. 27, n. 2, 1995.

ANSELIN, L. Spatial data analysis with Gis: an introduction to application in the social sciences. Technical Report, 1992.

BALLER, R. D.; RICHARDSON, K. K. Social integration, imitation, and the geographic patterning of suicide. American Sociological Review, v. 67, n. 6, p. 873-888, 2002.

BRASIL, Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Informações de saúde, Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Disponível em: <http://www.datasus.gov.br>. Acesso em: 27 Maio 2016.

CHANG, S. S.; GUNNELL, D.; STERNE, J. A. C.; LU, T. H.; CHENG, A. T. Was the economic crisis 1997-1998 responsible for rising suicide rates in East/Southeast Asia? A time-trend analysis for Japan, Hong Kong, South Korea, Taiwan, Singapore and Thailand. Soc. Sci. Med., v. 68, p.1322-1331, 2009.

CLASSEN, T. J.; DUNN, R. A. The Effect of Job Loss and Unemployment Duration on Suicide Risk in the United States: A new look using mass-layoffs and unemployment duration. Health Econ., v. 21, p. 338-350, 2012.

DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Edipro, 2014 [1897].

EXETER D. J.; BOYLE, P. J. Does young adult suicide cluster geographically in Scotland? J. Epidemiol Community Health, v. 61, n. 8, p. 731-736, 2007.

GOULD, M. S. Suicide and the media. In: HENDIN H.; MANN, J. J. (Orgs.). Suicide prevention: clinical and scientific aspects. Annals of the New York Academy of Sciences, p. 200-224. New York: New York Academy of Sciences, 2001.

GOULD, M. S.; SHAFFER, D.; KLEINMAN, M. The impact of suicide in television movies: replication and commentary. Suicide and Life-Threatening Behavior, v. 18, p. 90-99, 1988.

GOULD, M. S.; WALLENSTEIN, S.; KLEINMAN, M. Time-space clustering of teen-age suicide. American Journal of Epidemiology, v. 131, p. 71-78, 1990.

HUANG, W. C. religion, culture, economic and sociological correlates of suicide rates: a cross-national analysis. Applied Economic Letters, v. 3, p. 779-782, 1996.

JUNGEILGES, J.; KIRCHGASSNER, G. Economic welfare, civil liberty, and suicide: an empirical investigation. The Journal of Socio-Economics, v. 31, p. 215-231, 2002.

LEIGH, A.; JENCKS, C. Inequality and mortality: long-run evidence from a panel of countries. J. Health Econ. v. 26, n. 1, p. 1-24, 2007.

LUNDIN, A.; LUNDBERG, I.; ALLEBECK, P.; HEMMINGSSON, T. Unemployment and suicide in the stockholm population: a register-based study on 771.068 men and women. Public Health, v. 126, p. 371-377, 2012.

MAAG, T. Economic Correlates of Suicide Rates in OECD Countries. KOF Working Papers, n. 207, KOF Swuiis Economic Institute, 2008.

MADIANOS, M. G.; ALEXIOU, T.; PATELAKIS, A.; ECONOMOU, M. Suicide, unemployment and other socioeconomic factors: evidence from the economic crises in greece. Eur. J. Psychiat., v. 28, n. 1, 2014.

MATTEI G.; PINGANI, L.; RIGATELLI, M. What’s going on? Italy facing the great recession: an ecological study. Soc. Psychiatry Psychiatr. Epidemiol., 2013.

MANSON, R.; LESTER, D. Do suicides cluster? Omega - Journal of Death and Dying, v. 67, n. 4, p. 393-403, 2013.

PLATT, S.; MICCIOLO, R.; TANSELLA, M. Suicide and unemployment in italy: description analysis and interpretation of recent trends. Soc. Sci. Med., v. 34, p. 1191-1201, 1992.

PRIDEMOZE, W. A.; CHAMLIN, M. B.; COCHRAN, J. K. An interrupted time-series analysis of Durkheim’s social deregulation thesis: the case of the Russian Federation. Justice Q, v. 34, p. 271-290, 2007.

RODRIGUEZ-ANDRES, A., FISCHER, J. Political institutions and suicide: a regional analysis of Switzerland. Konstanz (DE): Thurgau Institute of Economics and Department of Economics at the University of Konstanz Research. Paper n. 33, 2008.

STACK, S. Media impacts on suicide: a quantitative review of 293 findings. Social Science Quarterly, v. 81, p. 957-71, 2000.

STUCKLER, D; BASU, S., SUHRCKE, M.; COUTTS, A.; MCKEE, M. effects of the 2008 recession on health: a first look at european data. Lancet, v. 378, p. 124-125, 2011.

WAISELFISZ, J. J. Os jovens no Brasil. Brasília: Garamond, 2014.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Suicide data. Disponível em: <http://www.who.int/mental_health/prevention/suicide/suicideprevent/en/>. Acesso em: 02 Maio 2015.

Downloads

Publicado

30-10-2018

Como Citar

Silva, B. F. A. da, Prates, A. A. P., Cardoso, A. A., & Rosas, N. (2018). O suicídio no Brasil contemporâneo. Sociedade E Estado, 33(02), 565–579. https://doi.org/10.1590/s0102-699220183302014