Brasília e a invenção da arquitetura-arte:

transformações estéticas na noção espacial da obra de arte

Autores

  • Márcio Takeo Sobral Hagihara Universidade de Brasília (UNB) / Doutor em Sociologia da Arte

Palavras-chave:

Ciências Sociais, Sociologia, Sociologia da Arte, Arquitetura-arte, Brasília, Grupo Carioca, Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Artes Plásticas, Hélio Oiticica, Movimento Neoconcreto, Instalação

Resumo

O advento das instalações e de obras que visam à interação com o público, criando ambientes que envolvem percepções sinestésicas, estão presentes nas mais célebres bienais e exposições de arte pelo mundo. A arquitetura e a arte brasileiras contribuíram bastante para a mudança espacial da obra de arte. O modernismo brasileiro forjou o discurso de ampliação dos princípios das artes plásticas para a construção da cultura nacional. A dimensão construtiva das artes plásticas refletiu-se na ampliação da criação plástica dos singelos quadros de cavalete burgueses para os murais sociais de Portinari e para a nacional e monumental arquitetura do Grupo Carioca. Oscar Niemeyer e Lucio Costa projetaram a pretensão máxima de ampliação de escala da obra de arte: Brasília. Frustrada a utopia, irrompe o Movimento Neoconcreto, cuja crítica infligiu-se contra a arquitetura, o espaço clássico e o conceito de cultura nacional, por meio da quebra da tradicional associação simbólica entre arte e cultura. A ligação entre a arquitetura e o Movimento Neoconcreto só faz sentido se ligada à análise iconográfica, pois o exame do discurso escrito ”“ que é uma das obsessões de nossa cultura pela palavra ”“ é insuficiente para estabelecer tal ligação. Entre maquetes e instalações labirínticas de Hélio Oiticica, observa-se a crítica visual da coerência espacial imposta pela política cultural das elites brasileiras. Mais do que isso, a arte brasileira deu sua contribuição, modificando a configuração espacial da obra de arte. Foi preciso destruir a última grande regra da arte, através da morte do Plano.

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Biografia do Autor

Márcio Takeo Sobral Hagihara, Universidade de Brasília (UNB) / Doutor em Sociologia da Arte

Doutor em Sociologia da Arte pela Universidade de Brasília (2011). Mestre em Sociologia da Arte pela Universidade de Brasília (2007). Possui graduação em sociologia pela Universidade de Brasília (2004). Atualmente é graduando em Museologia pela Universidade de Brasília. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em arte, cultura e patrimônio e experiência com ensino à distância. Atua principalmente nos seguintes temas: artes visuais, cultura, patrimônio, história da arquitetura modernista, Museologia.

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Publicado

23-02-2016

Como Citar

Hagihara, M. T. S. (2016). Brasília e a invenção da arquitetura-arte:: transformações estéticas na noção espacial da obra de arte. Sociedade E Estado, 26(3), 01. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5630

Edição

Seção

Resumo de teses e dissertaçôes apresentadas no PPGS/Sol/UnB