RAZÕES, REGRAS E INTERPRETAÇÃO: O RETORNO DO LEGISLADOR RACIONAL NA FILOSOFIA DO DIREITO

THE RETURN OF THE RATIONAL LEGISLATOR IN THE PHILOSOPHY OF LAW

Autores

  • Matheus Thiago Carvalho Mendonça Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais/ Universidade Nacional de La Plata (Buenos Aires, Argentina)

Palavras-chave:

Filosofia do Direito. Teoria do Direito. Processo Legislativo. Normas Jurídicas. Filosofia da Linguagem.

Resumo

No último terço do século XX, insistiu-se sobre a utilidade e o rendimento teórico de abarcar as regras jurídicas em termos de razões. Um subgrupo de teóricos do direito considera que a noção de razão, por um lado, outorga uma dimensão explicativa ao fenômeno prático do direito e, por outro lado, que essa noção é conceitualmente primordial em relação à  regra. Nesse contexto, o presente artigo almeja demonstrar que os teóricos que mantém a necessidade de pressupor razões ou a necessidade de encontrar razões incorreram em uma falácia non sequitur no tocante às suas pressuposições teóricas. Para tal, pretende-se argumentar que, embora possa ser verdade que a noção de razão constitua uma categoria central para a análise das normas jurídicas, dela foram extraídas conclusões injustificadas. Também argumentar-se-á que isso determinou a revitalização de um pressuposto antigo, contrário ao espírito do juspositivismo clássico: a ideia do legislador racional. Pretende-se demonstrar que aqueles que deram esse salto injustificado confundiram a noção de razão necessária para interpretar uma linguagem com a ideia de razão prática.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ACERO, J. J.; BUSTOS, E.; QUESADA, D. Introducción a la filosofía del lenguaje. Madrid: Cátedra, 1989

ALCHOURRÓN, C. E., Para una lógica de las razones prima facie. Análisis Filosófico, Buenos Aires, v. 16, n. 2, p. 113-124, 1996

______; BULYGIN, E. Introducción a la metodología de las ciencias so- ciales y jurídicas. Buenos Aires: Astrea, 1975

ATIENZA, M.; RUIZ MANERO, J. Ilícitos Atípicos. Madrid: Trotta, 2000.

BAYÓN, J. C. ¿Por qué es derrotable el razonamiento jurídico?. Doxa: Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 24, p. 35-62, 2001

______. Principios y reglas: legislación y jurisdicción en el Estado Constitucional. Jueces para la Democracia, n. 27, 1996.

BLACK, M. The Gap between “Is” and “Should”. Philosophical Review, v. 73, n. 2, p. 165-181, 1964

CÁRCOVA, C. M. Iusnaturalismo y positivismo jurídico: un debate superado. In: ______. Derecho, política y magistratura. Buenos Aires: Biblos, 1996.

______. Notas acerca de la Teoría Crítica del Derecho. In: COURTIS, C. (comp.), Desde otra mirada: Textos de teoría crítica del derecho. Buenos Aires: Eudeba, 2001

DAVIDSON, D. A Coherence Theory of Truth and Knowledge. In: LePORE, E. (ed.). Truth and Interpretation. Perspectives on the Philoso- phy of Donald Davidson. Oxford: Blackwell, 1986, p. 307-319.

______. Actions Reasons and Causes. In: WHITE, A. (ed.). Philosophy of Action. Oxford: Oxford University Press, 1969.

______. On the Very Idea of a Conceptual Scheme. In: ______. Inqui- ries into Truth and Interpretation. Oxford: Clarendon Press, Oxford, 1984, p. 183-198

DWORKIN, R. Law’s Empire. Cambridge: Harvard University Press, 1986

FERRERES COMELLA, V. Una defensa de la rigidez constitucional. Doxa: Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 23, p. 29-49, 2000

FINNIS, J. Lei Natural e Direitos Naturais. Trad. Leila Mendes. São Leopoldo: Unisinos, 2007

______. Natural Law and Natural Rights. Oxford: Clarendon Press, 1980

GARGARELLA, R. Los jueces frente al “coto vedado”. Revista Discu- siones, n. 1, p. 53-65, 2000

HACKER, P. M. S. Wittgenstein’s Place in Twentieth-Century Analytic Philosophy. Oxford: Blackwell Publishers, 1996

HART, H. L. The Concept of Law. Oxford: Clarendon, 1994

LEITER, B. Beyond the Hart/Dworkin Debate: The Methodology Problem in Jurisprudence. American Journal of Jurisprudence, n. 48, p. 17-51, 2003

MACCORMICK, N. H. L. A. Hart. Londres: Edward Arnold, 1981 PATTERSON, D. Postmodernism. In: ______(ed.). A Companion to

Philosophy of Law and Legal Theory. Cambridge: Blackwell, 1996

RAZ, J. Two Views of the Nature of the Theory of Law: A Partial Comparison. In: COLEMAN, J. (ed.). Hart’s Postscript: Essays on the Postscript to the Concept of Law. Oxford: Oxford University Press, 2001

RODRÃGUEZ, S. Mariposas. Mariposas. La Habana, Ojalá, 1999 ROSS, D. Lo correcto y lo bueno. Trad. Leonardo Rodríguez Duplá.

México: Sígueme, 2001

RUIZ, A. E. C. Derecho, Democracia y teorías críticas al fin del siglo. In: COURTIS, C. (comp.). Desde otra mirada: Textos de teoría crítica del derecho. Buenos Aires: Eudeba, 2001

SANCHEZ DURÁ Y VIDARTE, V. S. Interpretación: radical y cultu- ral. In: DASCAL, M. (ed.). Filosofía del Lenguaje II. Pragmática. Enciclopedia Iberoamericana de Filosofía. Madrid: Trotta, 1999

SCHAUER, F. Playing by the Rules: A Philosophical Examination of Rule-Based Decision-Making in Law and Life. Oxford: Clarendon Press, 1991

______. Las reglas en juego: Un examen filosófico de la toma de de- cisiones basadas en reglas en el derecho y la vida cotidiana. Madrid: Marcial Pons, 2004

VON WRIGHT, G. H. Is and Ought. In: BULYGIN, E.; GARDIES, J. L.; NIINILUOTO, I. (eds.). Man, Law and Modern Forms of Life. Boston: Kluwer Academic Publishers, 1985

Downloads

Publicado

24-07-2020

Como Citar

MENDONÇA, Matheus Thiago Carvalho. RAZÕES, REGRAS E INTERPRETAÇÃO: O RETORNO DO LEGISLADOR RACIONAL NA FILOSOFIA DO DIREITO: THE RETURN OF THE RATIONAL LEGISLATOR IN THE PHILOSOPHY OF LAW. Revista dos Estudantes de Direito da Universidade de Brasília, [S. l.], v. 16, n. 1, 2020. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/redunb/article/view/30529. Acesso em: 21 dez. 2024.