Sistemas de manejo em transição agroecológica: Coerências e contradições na prática cotidiana de agricultores familiares
DOI:
https://doi.org/10.33240/rba.v9i2.49731Palabras clave:
Qualidade do solo, Percepção de agricultores, Manejo de solosResumen
A época em que vivemos demonstra sintomas claros da insustentabilidade do atual modelo de produção e consumo. A crítica a este modelo e sua relação com as inúmeras catástrofes ambientais e sociais, antes limitada a um grupo de ambientalistas, toma proporções cada vez maiores, atingindo amplos setores da sociedade. As instituições de pesquisa necessitam estar atentas a este momento, debatendo vivamente alternativas de produção e consumo que gerem menos impactos ambientais e sociais. A relação entre os conhecimentos tradicionais e os conhecimentos científicos é uma chave para a construção de um novo conhecimento. O conhecimento dos agricultores sobre a qualidade e o manejo do solo é uma ferramenta para a construção de sistemas de manejo sustentáveis. Neste trabalho, foram avaliadas a percepção e o manejo de solos de seis agricultores em transição para a agroecologia, participantes do projeto Rede de pesquisa participativa para a transição agroecológica da agricultura familiar no território sul do Rio Grande do Sul, realizado pela EMBRAPA – Clima Temperado na Zona Sul do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas para a coleta destas informações. Foram realizadas análises quantitativas dos atributos do solo, seguindo a metodologia padrão utilizada pelos Laboratórios de Análise de Solo da UFPel, com o objetivo de relacionar a percepção dos agricultores com a condição atual dos atributos do solo nos agroecossistemas estudados. O objetivo do estudo foi verificar a coerência entre a percepção dos agricultores e suas práticas de manejo. Os resultados verificados demonstram um complexo conhecimento dos agricultores em relação a qualidade do solo, bem como sobre práticas de manejo que promovem a qualidade do solo, muitas delas amplamente referenciadas na literatura científica. As avaliações quantitativas da qualidade do solo nos agroecossistemas demonstraram resultados satisfatórios, com resultados melhores que os índices mínimos encontrados na literatura científica para os atributos químicos, físicos e biológicos, sendo a exceção o pH, ácido em algumas oportunidades. Em geral, o manejo realizado pelos agricultores é coerente com sua complexa visão de qualidade de solos, mesmo assim foram verificadas limitações de diferentes naturezas à execução de práticas de manejo. As principais limitações encontradas foram as pequenas áreas destes agricultores, dificultando ou não permitindo a realização de pousio, a falta de acesso a sementes de espécies recomendadas para adubação verde e à fontes de esterco para a produção de adubo orgânico.Descargas
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