Saúde do solo e sustentabilidade de agroecossistemas familiares quilombolas na Amazônia Oriental
DOI:
https://doi.org/10.33240/rba.v20i2.57858Palavras-chave:
Sistema de produção familiar, Práticas agrícolas, Serviço ecossistêmico, Manejo de solo, Amazônia brasileiraResumo
Na região amazônica, as comunidades camponesas enfrentam uma crise nos sistemas tradicionais de gestão e manejo da fertilidade do meio natural baseado no sistema técnico de corte e queima, questionando a sustentabilidade dos agroecossistemas. Diante de tal cenário, a questão-problema da tese foi: como evoluem as práticas de manejo das terras agrícolas e quais os impactos sobre a saúde do solo e a sustentabilidade dos agroecossistemas em comunidades quilombolas na Amazônia Oriental? A hipótese central é que as mudanças no uso da terra e as estratégias socioprodutivas dos agricultores quilombolas melhoram a saúde do solo. Dessa forma, o objetivo central desta tese é analisar as práticas de manejo do solo e os seus impactos na saúde do solo e na sustentabilidade de agroecossistemas quilombolas na Amazônia Oriental. A referência empírica da pesquisa foi a Comunidade Quilombola Oxalá de Jacunday, Moju, Pará. O aporte teórico-analítico da agroecologia e da etnopedologia orientou a pesquisa e a discussão dos resultados obtidos. Tais resultados são apresentados em três capítulos: Capítulo I avaliam-se as transformações nas formas de uso da terra e as estratégias socioprodutivas adotadas pelas famílias agricultoras; Capítulo II avalia-se a saúde do solo a partir de quatro parcelas representativas das formas de uso da terra pelos agricultores quilombolas, tendo como indicadores centrais a macrofauna do solo e a avaliação da estrutura do solo; Capítulo III analisa-se a co-construção do conhecimento sobre saúde do solo, a partir de metodologias participativas e do diálogo de saberes. A pesquisa participativa com os agricultores mostrou que as práticas agrícolas passaram por diversas mudanças devido a fatores tanto internos aos agroecossistemas, quanto fatores externos como pressão por empresas agroindustriais, abertura de estradas e a política de reconhecimento de territórios tradicionais. O sistema de corte e queima está em declínio, as famílias se especializaram na produção de mandioca para a confecção de farinha. Assim, as práticas agrícolas têm evoluído para sistemas mais diversificados, que podem proteger o solo, como é caso dos sistemas agroflorestais. Desse modo, os resultados confirmam a hipótese de que as famílias quilombolas têm conseguido manter a saúde do solo com suas práticas.
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Referências
SILVA, Edfranklin Moreira da. Saúde do solo e sustentabilidade de agroecossistemas familiares quilombolas na Amazônia Oriental. 2024. 77 f. Tese (Doutorado em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária) - Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, RJ, 2024. Disponível em: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20808
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