Do útero à terra: encontro de corpos que menstruam em uma horta agroecológica de ervas medicinais
DOI:
https://doi.org/10.33240/rba.v18i5.51180Palavras-chave:
ecofeminismo, pobreza menstrual, agroecologia, autocuidadoResumo
Buscamos analisar os impactos da construção de uma horta agroecológica de ervas medicinais, na vida de pessoas que menstruam, residentes na Comunidade Renascer, situada em Piracicaba, SP. A coleta de narrativas foi realizada durante as visitas à comunidade, entrevista semiestruturada e rodas de conversa. A partir das partilhas nos encontros e construção da horta, observamos as mudanças em relação à terra, com esses corpos que menstruam, em relação ao ciclo, alimentação e práticas de autocuidado. Observamos a relação intrínseca entre conhecimentos partilhados entre as gerações, diante da perspectiva ecofeminista e a forma na qual as participantes passaram a ressignificar a ocupação do espaço e a utilização das ervas, inclusive nos questionamentos sobre a ausência dos serviços públicos de saúde, enfatizando a relação entre a opressão e a degradação do meio ambiente, rompido pelo patriarcado, no ato de cuidar da terra relacionado ao ato de cuidar de si mesma (e umas das outras).
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