“Sentido da mineração”, patrimônio e turismo: remanescentes arquitetônicos do Caminho do Paraibuna, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.26512/patryter.v9i17.56796Palavras-chave:
antigos caminhos; produção do espaço; patrimônio rodoviário; mineração; acumulação por espoliação.Resumo
O trabalho aborda o Caminho do Paraibuna, entre os municípios de Ouro Preto e Ouro Branco, Minas Gerais. Popularmente conhecido por “Estrada Real”, seus remanescentes do século XIX concretizam um significativo patrimônio nacional. O objetivo é evidenciar e analisar essa potencial rota turística no contexto da mineração e dos elementos que a caracterizam na produção do espaço: a provisoriedade, a precariedade e o abandono. Como técnicas de pesquisa adotamos tanto a observação indireta, via consulta bibliográfica e documental, quanto a direta, com levantamento detalhado de campo. Detectamos que há um “patrimônio vivo” e que o turismo seria uma alternativa de salvaguarda. Todavia, os usos e abusos da mineração e a debilidade do Estado no campo do patrimônio histórico-cultural e do turismo, contribuem com o esquecimento e o desdém. Alertamos que, na ausência de movimentos da sociedade para fins de preservação e conservação, a tendência é a ruína e o desaparecimento desse patrimônio.
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