“Sentido da mineração”, patrimônio e turismo: remanescentes arquitetônicos do Caminho do Paraibuna, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/patryter.v9i17.56796

Palavras-chave:

antigos caminhos; produção do espaço; patrimônio rodoviário; mineração; acumulação por espoliação.

Resumo

O trabalho aborda o Caminho do Paraibuna, entre os municípios de Ouro Preto e Ouro Branco, Minas Gerais. Popularmente conhecido por “Estrada Real”, seus remanescentes do século XIX concretizam um significativo patrimônio nacional. O objetivo é evidenciar e analisar essa potencial rota turística no contexto da mineração e dos elementos que a caracterizam na produção do espaço: a provisoriedade, a precariedade e o abandono. Como técnicas de pesquisa adotamos tanto a observação indireta, via consulta bibliográfica e documental, quanto a direta, com levantamento detalhado de campo. Detectamos que há um “patrimônio vivo” e que o turismo seria uma alternativa de salvaguarda. Todavia, os usos e abusos da mineração e a debilidade do Estado no campo do patrimônio histórico-cultural e do turismo, contribuem com o esquecimento e o desdém. Alertamos que, na ausência de movimentos da sociedade para fins de preservação e conservação, a tendência é a ruína e o desaparecimento desse patrimônio.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rodrigo Meira Martoni, Universidade Federal de Ouro Preto, UFOP, Ouro Preto, Brasil

Professor Associado do Departamento de Turismo da UFOP

Isabel Vaz Freitas, Universidade Portucalense, UPT, Porto, Portugal

Professora Catedrática da UPT

Herbert Magela Paixão, Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, Belo Horizonte, Brasil

Geógrafo pela UFMG

Glauco Cezar Borges, Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, Belo Horizonte, Brasil

Mestre em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais pela UFMG

Referências

Ab’Sáber, A. (2003). Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Atelier Editorial.

Alves, M., Carneiro, K., Souza, T., Motta, G., Fantinel, L., Iorio, G. & Coelho, T. (2020). Comunidades atingidas e territórios afetados pela mineração: realidades e resistências. In M. Alves, K. Carneiro, T. Souza, C. Trocate & M. Zonta (Ed.). Mineração: realidades e resistências (pp. 41-100). São Paulo: Expressão Popular.

Brasil. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Cartas Patrimoniais. (2000). Carta de Burra /ICOMOS, 1980. Rio de Janeiro: IPHAN.

Brasil. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Cartas Patrimoniais. (2000). Normas de Quito, 1967. Rio de Janeiro: IPHAN.

Brasil. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Cartas Patrimoniais. (2000). Declaração de Sofia / ICOMOS, 1996. Rio de Janeiro: IPHAN.

Brasil. (1991). Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Restabelece princípios da Lei nº 7.505, de 02 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura [...]. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 24 dez. 1991. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8313cons.htm

Calaes, G. & Ferreira, G. (2009). Estrada Real: a Estrada Real e a transferência da corte portuguesa. Rio de Janeiro: CETEM/MCT/CNPq /CYTED.

Castro Júnior, P. (2022). A tributação da mineração sob uma perspectiva global. In W. Freire. [Org]. Direito da Mineração. 225-250. Belo Horizonte: IAMG. https://williamfreire.com.br/wp-content/uploads/2022/12/Artigo-Paulo-Honorio

Ching, F. & Eckler, J. (2014). Introdução à Arquitetura. Porto Alegre: Bookman.

Costa, E., Maluly, V. & Rúbio, R. (2024). Desigualdad socioespacial urbano-rural, sujeto y minería en América Latina. Ateliê Geográfico, 18(2), 187-222. https://doi.org/10.5216/ag.v18i2.77358

Dax, T. & Tamme, O. (2023). Attractive Landscape Features as Drivers for Sustainable Mountain Tourism Experiences. Tourism and Hospitality, 4(3), 1-16. https://doi.org/10.3390/tourhosp4030023

Freitas, I. & Koskowski, M. (2020). Heritage and sustainable development: capacity building through tourism. In S. Srivastava (Ed.), Capacity Building Through Heritage Tourism: An International Perspective (Chapter 6, pp. 113-131). Apple Academic Press. https://hdl.handle.net/11328/3290.

Fuste-Forn, F. & Hussain, A. (2022). Regenerative tourism futures: a case study of Aotearoa New Zealand. Journal of Tourism Futures, 8(3), 346-351. https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/jtf-01-2022-0027/full/html

Guinot, R. (2005). Jean de Monlevade: pionnier de la sidérurgie brésilienne. Paris: Guénégaud.

ICOMOS. (2008). The ICOMOS Charter on Cultural Routes. https://www.icomos.org/images/DOCUMENTS/Charters/culturalroutes_f.pdf.).

ICOMOS-IFLA. (2017). Principles concerning rural landscapes as heritage. https://www.icomos.pt/images/pdfs/2020/2017%20carta%20ICOMOS-IFLA%20sobre%20paisagens%20rurais.pdf.

Instituto Estrada Real. (2024). Uma estrada, seu destino. https://institutoestradareal.com.br/estrada-real/

Jorge, D., Oliveira, M., Silva, S. & Sousa, V. (2020). Poder, sedução e autopromoção das empresas de mineração em territórios atingidos por desastres criados em Fundão e no Córrego do Feijão. In M. Alves, K. Carneiro, T. Souza, C. Trocate & M. Zonta (Ed.). Mineração: realidades e resistências (pp. 132-159). São Paulo: Expressão Popular.

Krleza, P., Behaim, J., Kranjec, I. & Jurkovic, M. (2018). Recreating Historical Landscapes: Implementation of Digital Technologies in Archaeology. Case Study of Rab, Croatia. In International Conference on Intelligent Systems (pp. 132-139). Funchal, Portugal. 0.1109/IS.2018.8710549

Martoni, R. & Varajão, G. (2009). Caminhos opostos: turismo nas Estradas Reais de Minas Gerais. Rio de Janeiro: Livre Expressão.

Minas Gerais. Instituto Estadual de Florestas. (2007). Plano de Manejo do Monumento Natural Itatiaia. Encarte 1: Diagnóstico. https://biblioteca.meioambiente.mg.gov.br/publicacoes/BD/MNEI_Encarte%201_FINAL.pdf

Minas Gerais. Ministério Público de Minas Gerais. (2016). Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural de Ouro Preto / Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais. Ação civil pública em defesa do Patrimônio cultural e da ordem urbanística, com pedido de liminar, nº 0072843-42/2016. (arquivo da 4a Promotoria de Justiça de Minas Gerais não disponibilizado na web).

Minas Gerais. (1999). Lei Ordinária nº 13.173 de 20 de janeiro de 1999 que dispõe sobre o programa de incentivo ao desenvolvimento do potencial turístico da Estrada Real. https://leisestaduais.com.br/mg/lei-ordinaria-n-13173-1999-minas-gerais

Ouro Preto. (2006). Relação de bens tombados, registrados e inventariados no Município de Ouro Preto. Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Prefeitura Municipal de Ouro Preto, MG. https://www.ouropreto.mg.gov.br/static/arquivos/menus_areas/rela-o-de-bens-tombados-e-registrados-em-ouro-preto.pdf

Pimenta, D. (1971). Caminhos de Minas Gerais. Belo Horizonte: Imprensa Oficial.

Porto-Gonçalves, C. & Araújo Quental, P. (2012). Colonialidade do poder e os desafios da integração regional na América Latina. Polis Revista Latinoamericana, (31), 1-33. http://journals.openedition.org/polis/3749.

Restauração da ponte abre caminho para obras na Estada Real. (2007). Estradas: portal de rodovias do Brasil.

https://estradas.com.br/restauracao-da-ponte-abre-caminho-para-obras-na-estrada-real/

Sahle, M. & Saito, O. (2021). Mapping and characterizing the Jefoure roads that have cultural heritage values in the Gurage so-cio-ecological production landscape of Ethiopia. Landscape and Urban Planning, 210, 104078. https://doi.org/10.1016/j.landurbplan.2021.104078

Salerno, R. (2023). Representation and Visualization Processes for a Sustainable Approach to Landscape Heritage. Sustainability, 15(19), 14589. https://doi.org/10.3390/su151914589.

Trocate, C. & Alves, M. (2020). Análise de conjuntura política, econômica e social da mineração no Brasil e os enfrentamentos necessários! In M. Alves, K. Carneiro, T. Souza, C. Trocate, M. Zonta (Ed). Mineração: realidades e resistências (pp. 17-40). São Paulo: Expressão Popular.

Unesco. (1972). Convenção para a protecção do património mundial, cultural e natural. Recuperado de https://whc.unesco.org/archive/convention-pt.pdf. .

Unesco. (1976). Recomendação de Nairóbi. https://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Recomendacao%20de%20Nairobi%201976.pdf.

Wagner, A. (2008). Estrada Real: o trecho Ouro Preto - Ouro Branco como atrativo turístico. In V Seminário da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo (pp. 1-12). https://www.anptur.org.br/anais/anais/files/5/43.pdf

Downloads

Publicado

25-11-2025

Como Citar

Martoni, R. M., Freitas, I. V., Paixão, H. M., & Borges, G. C. (2025). “Sentido da mineração”, patrimônio e turismo: remanescentes arquitetônicos do Caminho do Paraibuna, Brasil. PatryTer, 9(17), 01–20. https://doi.org/10.26512/patryter.v9i17.56796

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)