Renda da população e injustiça ambiental no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.26512/patryter.v7i14.46419Palavras-chave:
Justiça ambiental. desigualdade ambiental. proteção ambiental. análise de variância.Resumo
O trabalho baseia-se numa leitura da temática ambiental em termos de justiça e distribuição dos impactos ambientais. Neste sentido, tem por objetivo mensurar a relação entre renda e acesso à proteção ambiental no Brasil. Para isso, adotando como indicadores de injustiça ambiental dados secundários da população brasileira no ano de 2010, foram realizados testes estatísticos paramétricos ANOVA de um fator e test post hoc HSD de Tukey (1953) para análise dos dados. Em todas as variáveis testadas, as classes que representavam maiores graus de conforto apresentavam maiores médias de renda total, enquanto as classes que representavam graus mais precários ou indisponibilidade de atendimento correspondiam a rendas médias mais baixas, sendo esta diferença estatisticamente significativa. Logo, os resultados inferenciais demonstraram que a renda é fator determinante para este acesso, o que indica a ocorrência de proteção ambiental desigual da população brasileira, conformando um cenário de injustiça ambiental.
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