Os deslocamentos do patrimônio, a heterotopia do Beijo Eterno

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DOI:

https://doi.org/10.26512/patryter.v5i10.41112

Palavras-chave:

Beijo Eterno. São Paulo. Heterotopia. monumento. espaço público.

Resumo

O que acontece quando um monumento é deslocado? Este artigo investiga as polêmicas sobre a localização da escultura Beijo Eterno, de William Zadig. Criada por demanda da Liga Nacionalista de São Paulo como uma homenagem a Olavo Bilac, esta escultura era inspirada na sua poesia. Porém, entre 1922 e 1966, as esculturas do Monumento a Olavo Bilac foram reposicionadas na cidade: o Beijo Eterno foi colocado na Av. Paulista, nos bairros de Cambuci e Pinheiros, na Av. Nove de Julho e em depósitos públicos até finalmente ser instalado no Largo de São Francisco. O desconforto envolvia elementos políticos, morais e religiosos, tornando passível de uma análise pela noção de heterotopia de Foucault. As fontes deste artigo são os seguintes periódicos: Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e A Gazeta.

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Biografia do Autor

Rodrigo Ramos Hospodar Felippe Valverde, Universidade de São Paulo, USP, Brasil.

Professor doutor, Departamento de Geografia, USP.

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Publicado

26-07-2022

Como Citar

Valverde, R. R. H. F. (2022). Os deslocamentos do patrimônio, a heterotopia do Beijo Eterno. PatryTer, 5(10), 19–31. https://doi.org/10.26512/patryter.v5i10.41112

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