Esforços de um edifício em alvenaria estrutural calculados com fundação rígida e elástica
DOI :
https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n27.2020.02Mots-clés :
alvenaria estrutural; apoio rígido; apoio elásticoRésumé
Este trabalho avalia a influência da rigidez da fundação em um prédio de alvenaria estrutural de quatro pavimentos nas tensões de compressão das paredes. Os resultados foram obtidos a partir de modelos estruturais, levando-se em conta ações verticais e horizontais, fundação rígida e base elástica. O edifício analisado é simétrico nas duas direções e foi desenvolvido para demonstrar, de modo simplificado, o que normalmente ocorre em prédios usuais. Para esse estudo de caso, foram modeladas paredes com e sem aberturas (janelas e portas), com o objetivo de possibilitar a interação e distribuição dos esforços resultantes das várias hipóteses de cálculo. Para a construção dos modelos estruturais foi utilizado o software SAP2000, usando elementos lineares de pórtico e de placas. As análises foram realizadas por meio de ações classificadas em permanentes (D), variáveis (L) e vento (W “90º” e W “0º”), gerando várias combinações e interações entre elas. As premissas de modelagem para o edifício são: estrutura - lajes/paredes em elementos de placas; fundação - radier com estacas sendo utilizados elementos de placas e barras respectivamente. Foram abordados no trabalho dois tipos de solução para as fundações. No primeiro modelo, o apoio da ponta da estaca é considerado rígido (indeslocável), sem interação solo-estrutura. No segundo, o apoio da ponta da estaca é considerado flexível, ocorrendo interação solo-estrutura. Para ambos os modelos, não foi considerado neste estudo a interação do solo com o radier. Na representação do apoio flexível, o coeficiente de mola foi obtido a partir de uma análise geotécnica de uma prova de carga realizada no solo de uma cidade situada no Distrito Federal, Brasil. Comparando o comportamento estrutural do edifício em fundações com apoios rígido ou elástico, observou-se que, para as mesmas combinações de ações aplicadas nos dois modelos, não foram verificadas diferenças significativas nem nas tensões de compressão das paredes, e nem mesmo nos momentos fletores das lajes. Os valores das tensões atuantes, obtidos pelos modelos estruturais, foram superiores à s tensões resistentes dos blocos de alvenaria em alguns pontos próximos as extremidades, aberturas e encontros das paredes. Esse fato comprovou a necessidade de se avaliar criteriosamente os encontros de paredes e onde há aberturas (janelas e portas). Conclui-se que as ações do vento não interferem significativamente em um edifício de alvenaria estrutural de 4 pavimentos. As diferenças entre as tensões com fundação rígida e elástica nas paredes, para este caso, são muito pequenas não tendo influência no dimensionamento. A maioria dos pontos de tensão máxima estão localizados nos cantos inferiores das paredes. Surgem tensões de tração nas alvenarias próximas à s aberturas. Faz-se necessário, portanto, realizar o grauteamento e armação nos blocos situados nos encontros de paredes e também nos blocos contíguos à s aberturas (janelas e portas). Nas partes inferiores e superiores das aberturas se faz necessário a utilização de vergas/contravergas, para combater as tensões de tração na alvenaria. Os procedimentos indicados garantirão maior segurança do edifício em virtude do aumento na resistência dos blocos reforçados por graute/armação, corroborando os entendimentos técnicos sobre o tema.
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