Entre metodologias e fazeres

uma experiência extensionista entre Arquitetura e Antropologia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18830/1679-09442025v18e57037

Palavras-chave:

Experiência, Arquitetura, Antropologia, Trabalho de campo

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar e refletir sobre a combinação de metodologias de ensino, em especial a relação entre Arquitetura e Antropologia, aplicada a uma experiência extensionista. Dessa forma, faz um pequeno recorte do projeto extensionista experimental denominado “Casas Coloridas”, desenvolvido com alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário UDF, durante uma pesquisa de doutorado na Universidade de Brasília, defendida em 2021. Embasada na ideia de educação pela experiência de Jorge Larrosa Bondía, o artigo apresenta a montagem do projeto extensionista, desde as primeiras reuniões e investidas teóricas, passando desde a rotina de atividades empíricas estabelecida pelo grupo durante reuniões até a descrição de atividades-chave do desenvolvimento do trabalho. A partir dessa experiência, o artigo traz reflexões sobre o exercício do trabalho de campo como fundamento para a modulação entre teoria e ensino crítico da arquitetura e busca, na experiência de campo, reflexões de natureza pedagógica, sublinhadas pelo conceito de contaminação de Carlos Rodrigues Brandão. Demonstra, com isso, ser um instrumento didático com importantes impactos na prática pedagógica, estimulando os estudantes a aprofundarem suas observações e formas de enxergar as relações sociais e espaciais.

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Biografia do Autor

Priscila Erthal Risi, Centro Universitário UDF; Curso de Arquitetura e Urbanismo

Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília (2004), mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da UFBA (2014), doutora pelo Programa de Pós-Graduação da UnB (2021); colaborou durante o mestrado com o grupo de pesquisa Laboratório Urbano em pesquisa sobre apreensões metodológicas, narrativas e processos urbanos contemporâneos. No doutorado participou do grupo de pesquisa Cidades Possíveis. Tem experiência profissional com planejamento regional e urbano no governo do Estado da Bahia (2009-2010), com consultoria em planejamento urbano em Brasília (2006-2008) e com desenho urbano no escritório Broadway Malyan em Londres (2009). Desde 2014 atua como docente em disciplinas de projeto urbano e paisagístico, associando dimensões metodológicas e projetuais. Tem interesse pelo debate da prática espacial e territórios com implicações históricas e culturais na experiência do cotidiano e por teorias e métodos etnográficos como experimentação de pesquisa de campo da Arquitetura e Urbanismo.

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Publicado

21-10-2025

Como Citar

Risi, P. E. (2025). Entre metodologias e fazeres: uma experiência extensionista entre Arquitetura e Antropologia. Paranoá, 18, e57037. https://doi.org/10.18830/1679-09442025v18e57037

Edição

Seção

Projeto e Planejamento

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