Da Sete de Setembro ao Dois de Julho:

terra, vida e memória cabocla no centro de Salvador

Autores

  • Maria Isabel Costa Menezes da Rocha Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo https://orcid.org/0000-0002-7687-3081

DOI:

https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n33.2022.04%20%20%20

Palavras-chave:

Salvador, Dois de Julho, cabocla, ruína, quilombo

Resumo

No início do século XX, símbolos do patriotismo republicano eram alçados a monumentos, reformando-carimbando os centros urbanos, como fez a Avenida Sete de Setembro soteropolitana, em sua abertura e toponímia. Mas o que tais investidas do poder dominante tentaram omitir? A chegada da modernidade às cidades brasileiras empurrou a população negra para as margens dos espaços [monumentalizados-espetacularizados] agora destinado às elites. No entanto, tais sujeitos se viram impelidos seja a aquilombar-se nas margens de tais monumentos, seja a profaná-los com seus próprios rituais cotidianos. Ambos os movimentos encontraram nas ruínas – físicas e simbólicas – as condições de possibilidade para [re]produzir esses modos de existência na cidade. A fim de compreender como tais processos lidam com as investidas atuais dos poderes hegemônicos [público e privado], invocamos aqui o Dois de Julho, bairro que tangencia a Avenida Sete e homenageia, em sua toponímia, a data comemorativa da independência do Brasil na Bahia. Buscamos, no território, a presença cabocla daquelas pessoas que atuaram na linha de frente da guerra da independência, mas sobretudo daquelas que batalham todos os dias pelo direito à permanência no lugar com o qual constituíram vida e sustento.

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Biografia do Autor

Maria Isabel Costa Menezes da Rocha, Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo

Arquiteta-urbanista. Atualmente, desenvolve um trabalho de pós-doutorado no/com o Centro Histórico da cidade de João Pessoa, especialmente voltado para as diversas formas de habitar o centro, financiado pela FAPESQ. Entre 2018 e 2020, realizou pós-doutorado com apoio do CNPq (PDJ), sobre a com-forma-ação de territórios-memórias nas cidades, no Departamento de História – IFCH –Unicamp, onde integrou o Centro Interdisciplinar de Estudos sobre Cidade. Doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (2016), com uma tese sobre o dispositivo de pacificação dos espaços públicos urbanos, e mestre pelo Instituto de Urbanismo de Grenoble, França (2010) em Urbanismo, Habitat e Cooperação Internacional.

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Publicado

22-12-2022

Como Citar

Costa Menezes da Rocha, M. I. (2022). Da Sete de Setembro ao Dois de Julho:: terra, vida e memória cabocla no centro de Salvador. Paranoá, 15(33), 1–18. https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n33.2022.04

Edição

Seção

Edição Temática Cidades em disputas: histórias, memórias, práticas do/no espaço

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