A participação dos povos indígenas no processo de elaboração de uma Constituição para o Chile (2022): uma releitura da identidade do sujeito constituinte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/revistainsurgncia.v9i1.45310

Palavras-chave:

Processo Constituinte Chileno, Povos Indígenas, Novo Constitucionalismo Latino-americano

Resumo

Como parte de um monólogo civilizacional, o Chile reproduziu uma fórmula de particular interesse ao longo de toda sua história: embora composto por diversos povos, o Estado-nação constituiu-se sem jamais reconhecer tais sujeitos como partes de sua identidade. Entre idas e vindas, a perpetuação de tal postura institucional contribuiu para que, recentemente, os povos indígenas participassem da deflagração de um processo constituinte instituído com a finalidade de superar profundas cicatrizes sociais. Neste contexto, este artigo tem como objetivo refletir a respeito da identidade do sujeito constituinte responsável pela elaboração de uma proposta de Constituição para o Chile a partir da participação, dos povos indígenas, no órgão responsável por sua redação, e nas implicações de tal medida para uma nova conceptualização do poder político chileno responsável por levar a cabo tal processo – o(s) Povo(s).

Biografia do Autor

Antonio Diogo Oliveira Herculano, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGD/UFRJ). Integrante do grupo de pesquisa INPODDERALES (PPGD/UFRJ).

Referências

ALVARADO LINCOPI, Claudio. Una razón antropofágica para una constituyente plurinacional. De la nación blanqueada a la comunidad política abigarrada. In: PAIRICAN, Fernando et al. Wallmapu: Ensayos Sobre Plurinacionalidad y Nueva Constitución. Santiago de Chile: Pehuén Editores, 2020.

ÁLVEZ, Amaya. Hay que dejar de pensar en un universo para empezar a pensar en un pluriverso. In: PAIRICAN, Fernando et al. Wallmapu: Ensayos Sobre Plurinacionalidad y Nueva Constitución. Santiago: Pehuén Editores, 2020.

ANDERSON, Benedict. Nação e consciência nacional. Trad. Lólio Lourenço de Oliveira. São Paulo: Editora Ática, 1989.

AYLWIN, José. Pueblos Indígenas y Nueva Constitución en Chile. 2021. Disponível em: https://observatorio.cl/pueblos-indigenas-y-nueva-constitucion/. Acesso em: 22 jul. 2022.

BASTIAT, Frédéric. L’État. Paris: Institut Coppet, 2011.

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 18. ed. São Paulo: Editora Malheiros, 2010.

CHILE. Constitución Política de la República de Chile. 2022. Disponível em: https://www.chileconvencion.cl/wp-content/uploads/2022/07/Texto-Definitivo-CPR-2022-Tapas.pdf. Acesso em: 23 ago. 2022.

CONTESSE, Jorge; LOVERA, Domingo. El Convenio 169 de la OIT en la jurisprudencia chilena: prólogo del incumplimiento. Anuario de Derecho Público, v. 1, p. 127-151, 2011.

CONVENCIÓN CONSTITUCIONAL. Reglamento General de la Convención Constitucional. 2022. Disponível em: https://www.chileconvencion.cl/wp-content/uploads/2022/04/Reglamento-definitivo-version-para-publicar-5-mayo-2022-con-anexos.pdf . Acesso em: 28 ago. 2022.

DE SOUSA SANTOS, Boaventura. Refundación del Estado en América Latina: Perspectivas desde una epistemología del Sur. Lima: Instituto Internacional de Derecho y Sociedad, 2010.

DIETZ, Gunther. La interculturalidad: desafíos epistemológicos y respuestas antropológicas. Volcán Insurgente, v. 46, 2016. Disponível em: http://www.enelvolcan.com/novdic2016/498-la-interculturalidad-desafios-epistemologicos-y-respuestas-antropologicas. Acesso em: 19 set. 2022.

ESTUPIÑÁN-ACHURY, Liliana; ROSSO-GAUTA, María Camila. Constitucionalismo Descolonial en la Pluma y la Resistencia de Ochy Curiel y Adriana Guzmán. Enfoques Epistemológicos y Metodológicos desde Abya Yala. In: EMERIQUE, Lilian Balmant et al. Constitucionalismo en clave descolonial. Bogotá: Universidad Libre, 2022.

GALLARDO, Helio. Direitos Humanos como movimento social: para uma compreensão popular da luta por Direito Humanos. Rio de Janeiro: Faculdade Nacional de Direito, 2019.

HEISS, Claudia. Chile: la Constitución que viene. Nueva Sociedad, 2021. Disponível em: https://www.nuso.org/articulo/chile-la-constitucion-que-viene/. Acesso em: 20 jun. 2022.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTADÍSTICA. Censo de población 2017. Disponível em: http://www.censo2017.cl/. Acesso em: 30 ago. 2022.

IWGIA. The Indigenous World 2022. Disponível em: https://www.iwgia.org/en/resources/indigenous-world.html. Acesso em: 17 ago. 2022.

KALYVAS, Andreas. Soberanía popular, democracia y el poder constituyente. Trad. Susana Moreno Parada. Polít. gob, Cidade do México, v. 12, n. 1, p. 91-124, jun. 2005.

MAZZ, José. Sangre indígena en Uruguay. Memoria y ciudadanías post nacionales. Athenea Digital. Revista de Pensamiento e Investigación Social, v. 18, n. 1, p. 181-201, 2018.

MONCAYO, Héctor-León S. Las nuevas constituciones en América Latina: algunas reflexiones de contexto. In: ILSA. Debates constitucionales en nuestra América: Enfoques y tendencias. Bogotá: Gente Nueva Editorial, 2013.

MORALES QUIROGA, Mauricio. Estallido social en Chile 2019: participación, representación, confianza institucional y escándalos públicos. Análisis político, v. 33, n. 98, p. 3-25, 2020.

NAMUNCURA, Domingo. Pueblos indígenas, reformas constitucionales en América Latina y derechos indígenas en una nueva Constitución. In: NAMUNCURA, Domingo et al. Nueva Constitución y pueblos indígenas. Santiago de Chile: Pehuén Editores, 2016.

NAMUNCURA, Domingo. El complejo y más importante “momento constituyente” de los pueblos indígenas de Chile: experiencias y desafíos. In: PAIRICAN, Fernando et al. Wallmapu: Ensayos Sobre Plurinacionalidad y Nueva Constitución. Santiago: Pehuén Editores, 2020.

PASTOR, Roberto Viciano; DALMAU, Rubén Martínez. A Constituição democrática: entre o neoconstitucionalismo e o novo constitucionalismo. Revista Brasileira de Políticas Públicas, v. 9, n. 2, p. 333-492, 2019.

QUIJANO, Aníbal. El “Movimiento indígena” y las cuestiones pendientes en América Latina. Argumentos (Méx.), Ciudad de México, v. 19, n. 50, p. 51-77, abr., 2006.

RIVERA CUSICANQUI, Silvia. Ch’ixinakax Utxiwa: una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. 1. ed. Buenos Aires: Tinta Limón, 2010.

RODRÍGUEZ, Edwin Cruz. Estado plurinacional, interculturalidad y autonomía indígena: Una reflexión sobre los casos de Bolivia y Ecuador. Revista Via Iuris, n. 14, p. 55-71, 2013.

STOLLEIS, Michael. Escrever História do Direito: reconstrução, narrativa ou ficção? Trad. Gustavo César Machado Cabral. São Paulo: Editora Contracorrente, 2020.

VIOLLIER BONVIN, Pablo; ORTEGA ROMO, Valeria. Cuando el Estado hackea: el caso de Operación Huracán. Revista chilena de derecho y tecnología, v. 8, n. 2, p. 83-110, 2019.

YRIGOYEN, Raquel Fajardo. El horizonte del constitucionalismo pluralista: del multiculturalismo a la descolonización. In: GARAVITO, César Rodriguez (org.). El Derecho en América Latina: un mapa para el pensamiento jurídico del siglo XXI. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2011.

Downloads

Publicado

31.01.2023

Como Citar

OLIVEIRA HERCULANO, Antonio Diogo. A participação dos povos indígenas no processo de elaboração de uma Constituição para o Chile (2022): uma releitura da identidade do sujeito constituinte. InSURgência: revista de direitos e movimentos sociais, Brasília, v. 9, n. 1, p. 389–406, 2023. DOI: 10.26512/revistainsurgncia.v9i1.45310. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/insurgencia/article/view/45310. Acesso em: 1 maio. 2024.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.