Reflexões sobre o pensamento crítico e a inversão ideológica dos direitos humanos

Resumo

De forma sintética e a partir de perguntas geradoras, no presente ensaio se faz uma narrativa breve sobre algumas exigências pessoais (o modo de olhar e o lugar desde onde se olha ou posiciona o sujeito) e condições intelectuais que tornam possível pensar criticamente. Isto é um passo prévio para elucidar os critérios de discernimento do que se assume como pensamento crítico, que se constrói sobre alguns eixos ou chaves a respeito dos quais se há de contrastar qualquer pensamento, ação, norma, instituição ou valor. Sobre esta base se faz a crítica dessa tendência de pretender fixar de uma vez e para sempre as diversas concreções históricas (normas, instituições, costumes, formas de organização etc.), ainda de descontextualizá-las, a qual deriva na pretensão de absolutizar os resultados da ação (humana), que é contextual e contingente. Neste ponto se produz a inversión ideológica e detectá-la se constitui em uma tarefa do pensamento crítico (vigilância epistemológica e ético-política), o que abre um espaço para a liberdade. Disso resulta relevante elucidar as formas e momentos em que opera a inversão ideológica dos direitos humanos.