Hidrelétricas no Brasil - da invisibilidade indígena a um licenciamento socioambiental plural

Autores

  • Maria Augusta Assirati Universidade de Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.26512/insurgncia.v1i2.18923

Palavras-chave:

Povos indígenas. Licenciamento socioambiental. Hidrelétricas. Amazônia.

Resumo

O ciclo de energia, também no Brasil, tem sido defendido como indispensável ao crescimento econômico, perseguido como sinônimo de desenvolvimento, segundo uma concepção excludente de componentes sociológicos e culturais. Os empreendimentos hidrelétricos geram inúmeros impactos ao ambiente e às comunidades de seu entorno. A região amazónica, onde se pretende implementar grande parte dos aproveitamentos hidrelétricos, é marcada pela presença de forte diversidade sociocultural, inclusive de povos indígenas, o que exige políticas específicas no âmbito dessas relações. A legislação referente ao licenciamento desses empreendimentos, contudo, é produto da atuação monocultural do Estado, desconsiderando a necessidade de práticas específicas para efetiva garantia da sobrevivência física e cultural dos povos indígenas ante a pretensão de tais intervenções. Esse artigo avalia a legislação que orbita em torno do licenciamento ambiental desses empreendimentos e seus potenciais efeitos negativos à garantia da vida e dos direitos dos povos indígenas, e a importância de harmonização com outras normas garantidoras de direitos desses povos.

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Publicado

08.11.2018

Como Citar

ASSIRATI, Maria Augusta. Hidrelétricas no Brasil - da invisibilidade indígena a um licenciamento socioambiental plural. InSURgência: revista de direitos e movimentos sociais, Brasília, v. 1, n. 2, p. 305–335, 2018. DOI: 10.26512/insurgncia.v1i2.18923. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/insurgencia/article/view/18923. Acesso em: 31 out. 2024.