Para além dos acontecimentos políticos
diversidade temática e distância histórica nos apêndices da História da Inglaterra, de David Hume
DOI:
https://doi.org/10.26512/rhh.v13i27.56370Palavras-chave:
David Hume, Historiografia anglo-saxã, Distância histórica, ImparcialidadeResumo
O mais abrangente trabalho histórico da vasta e multitemática obra de David Hume é a História da Inglaterra da Invasão de Júlio César à Revolução de 1688. Publicada pela primeira vez entre 1754 e 1762, a História tem sido costumeiramente impressa em seis volumes desde 1778. É usual que eles apareçam compostos de setenta e um capítulos e quatro apêndices, acompanhados de paratextos, ilustrações, notas de rodapé e notas de fim. Apesar da abrangência e grandiosidade da História, o objetivo deste artigo s0erá olhar tão-só para os apêndices do trabalho, argumentando que tais seções contêm as passagens mais representativas das inovações estilísticas propostas por Hume em sua prática historiográfica. Entendidos pelo autor como momentos de suspensão da narrativa principal, os apêndices alvitram uma conciliação entre as formas neoclássica e filosófica de historiografia, os dois gêneros dominantes de escrita da história no mundo de língua inglesa, por volta de 1750. Além disso, por sua natureza digressiva e ensaística, esses segmentos permitem a Hume a emissão de julgamentos e opiniões acerca do passado tematizado, exibindo uma noção tipicamente setecentista de imparcialidade historiográfica. Para se construir a análise, o texto divide-se em duas seções: uma introdutória, outra que descreve e examina os apêndices da História, encerrando-se com uma breve conclusão.
Downloads
Referências
ALBIERI, Sara. David Hume: Filósofo e Historiador. Revista Mediações, v.9, n. 2, p. 19– 36, 2004. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/9022. Acesso em: 24 nov. 2024.
ASSIS, Arthur Alfaix. Alexandre Herculano entre a Parcialidade e a Imparcialidade. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, v. 13, n. 32, p. 289–329, 2020. Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/1525. Acesso em: 24 nov. 2024.
DUARTE, João de Azevedo e Dias. História, Romance e a “Narrativa Filosófica” no Iluminismo Britânico. Estudos Históricos, v. 30, n. 62, p. 555–572, 2017, Disponível em: https://periodicos.fgv.br/reh/article/view/69132/70171. Acesso em 5. dez. 2024, p. 562–563.
GARRIDO, Pedro Paulo Pimenta. Apresentação à edição brasileira. In: HUME, David. A História da Inglaterra: da Invasão de Júlio César à Revolução de 1688. São Paulo: UNESP, 2017, pp. VII–XXII.
HARRIS, James A. Hume: An Intellectual Biography. Cambridge: Cambridge University Press, 2015.
HICKS, Philip. Neoclassical History and English Culture: From Clarendon to Hume. New York: St. Martin's Press, 1996.
HOLTHOON, Fréderic L. van. Hume and the 1763 Edition of his History of England: His Frame of Mind as a Revisionist. Hume Studies, v. 23, n. 1, p. 133–152, 1997. Disponível em: https://muse.jhu.edu/article/382989?ref=rc. Acesso em 24 nov. 2024.
HUME, David. A Treatise of Human Nature: a critical edition. Volume 1, Texts. NORTON, David Fate; NORTON, Mary J. (eds.). Oxford: Oxford University Press, 2007.
HUME, David. The History of Great Britain, vol. I, Containing the Reigns of James I and Charles I. Edinburgh: Hamilton, Balfour, and Neill, 1754.
HUME, David. The History of England: From the invasion of Julius Caesar to the revolution of 1688. vol. 1. Indianapolis: Liberty Fund, 1983.
HUME, David. The History of England: From the invasion of Julius Caesar to the revolution of 1688. vol. 4. Indianapolis: Liberty Fund, 1983.
HUME, David. The History of England: From the invasion of Julius Caesar to the revolution of 1688. vol. 5. Indianapolis: Liberty Fund, 1983.
HUME, David. The Letters of David Hume. v. 1. GREIG, James Young Thomson (org.). Oxford: Clarendon Press, 1954.
MUÑOZ, Nuria. Detrás de las palabras: usos políticos del concepto de imparcialidad y su función en la construcción de la América en la Ilustración Española. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, v. 11, n. 27, p. 202–225, 2018. Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/1318. Acesso em: 24 nov. 2024.
MURPHY, Kathryn, TRANINGER, Anita (eds.). The Emergency of Impartiality. Leiden: Brill, 2014.
PITTOCK, Murray. Historiography. In: BROADIE, Alexander (ed.). The Cambridge Companion to the Scottish Enlightenment. Cambridge: Cambridge University Press, 2010, p. 258–279.
PHILLIPS, Mark Salber. On Historical Distance. New Haven: Yale University Press, 2013.
PHILLIPS, Mark Salber. Society and Sentiment: Genres of Historical Writing in Britiain (1740–1820). Princeton: Princeton University Press, 2000.
PHILLIPSON, Nicholas. David Hume: the Philosopher as Historian. New Haven: Yale University Press, 2012.
SPENCER, Mark G. David Hume: Historical Thinker, Historical Writer. State College: Penn State University Press, 2013.
TOWSEY, Mark. Reading History in Britain and America. Cambridge: Cambridge University Press, 2019.
WEXLER, Victor. David Hume and the History of England. Philadelphia: Philosophical Society, 1979.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 História, histórias

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.