O Ensino de Filosofia como reconstrução de mundo despedaçado
DOI:
https://doi.org/10.26512/rfmc.v12i1.52552Parole chiave:
Filosofia. Ensino de Filosofia. Filosofia Africana. Maternidade.Abstract
O objetivo deste artigo é repensar o Ensino de Filosofia como reconstrução de mundo despedaçado a partir de algumas discussões da Filosofia Africana. Este pensamento trata da importância de descolonizar, endogenizar, autoctonizar e recentrar a África e suas epistemologias no ensinar-aprender filosofia, área ainda ocupada pela ordem discursiva de homens, europeus, brancos e mortos. De modo a trazer a Filosofia Africana para o exercício do Ensino de Filosofia, este artigo contribui para a reabilitação e recuperação de memórias, de tradições vivas, de epistemes africanas, e na reconstrução de mundo despedaçado pelo processo de colonização/modernização. Foi precisamente esse raciocínio que colocou máscaras brancas no Currículo de Filosofia brasileiro, que precisa repensar seu modus operandi.
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