O Método como Ensaio
uma leitura heterodoxa do cartesianismo a partir de Adorno e Merleau-Ponty
DOI:
https://doi.org/10.26512/rfmc.v11i3.50911Palavras-chave:
Método. Ensaio. Descartes. Adorno. Merleau-Ponty.Resumo
Em O Ensaio como Forma, Theodor Adorno tece duras críticas à suposta rigidez do método cartesiano, que subsumiria a compreensão do objeto a postulados previamente colocados pela mente do investigador, contrastando com a maior riqueza epistemológica da forma-ensaio na apreensão dos objetos do conhecimento. Porém, seria possível afirmar a existência de elementos ensaísticos na obra de Descartes que somente poderiam ser percebidos ao superarmos a visão corrente do Método como reducionista e que impediria que se apreendam os objetos dentro de seu contexto? O objetivo do artigo é analisar elementos das Meditações e do Discurso do Método, partindo das leituras de Adorno e Merleau-Ponty sobre a forma-ensaio e sobre um possível conflito entre os postulados iniciais das obras cartesianas referidas e a rigidez objetiva dos quatro passos. A partir desta análise crítica, busca-se observar a ocorrência (ou não) de pontos de confluência e divergência na metodologia destes autores.
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