A Presença da Psicanálise na Filosofia da Nova Música de Adorno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/rfmc.v10i1.47475

Palavras-chave:

Adorno. Psicanálise. Trauma. Choque. “música nova”.

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir a presença da psicanálise na “Filosofia da nova música” de Adorno. Busca-se argumentar que ele se vale do esquema de compreensão benjaminiano da poesia de Baudelaire (entendida como uma elaboração das experiências de choque na vida no capitalismo pós Revolução Industrial), mas o utiliza na crítica musical. As obras de Schoenberg e Stravinski, compositores mais importantes de duas escolas da assim chamada “música nova”, trabalham com diferentes sujeitos composicionais e suas formas de lidar com os choques da vida moderna. Tanto Benjamin quanto Adorno se valem da teoria freudiana para a compreensão dessa noção de choque, em especial a sua teoria da angústia e do trauma. As obras desses compositores, compreendidas como modelos de elaboração do trauma, oferecem distintas formas de reagir ao trauma, a identificação com o agressor e a resistência. Nisso residem elementos que ajudam a defender a hipótese da centralidade da noção de sofrimento na obra de Adorno.

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Biografia do Autor

Bruno Carvalho, Universidade de São Paulo

Possui graduação em PSICOLOGIA, graduação e mestrado em FILOSOFIA. Em Psicologia, realizou pesquisas nas áreas de psicologia social e clínica (testes, fenomenologia e psicanálise). Em Filosofia, possui trabalhos nas áreas de Ética, Filosofia da Psicologia e da Psicanálise e História da Filosofia Contemporânea. Atualmente cursa licenciatura e o doutorado em FILOSOFIA, tendo realizado estágio de pesquisa na Freie Universität Berlin. Pesquisa os seguintes temas: filosofia alemã, filosofia moral, teoria crítica (em especial Theodor Adorno), marxismo e Psicanálise (Freud e Lacan).

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Publicado

30-04-2022

Como Citar

CARVALHO, Bruno. A Presença da Psicanálise na Filosofia da Nova Música de Adorno. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 121–144, 2022. DOI: 10.26512/rfmc.v10i1.47475. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/47475. Acesso em: 18 abr. 2024.