A escuta dos idosos na pandemia do coronavírus pela Análise do Discurso Ecossistêmica e pelo imaginário

Autores

  • Anderson Nowogrodzki da Silva UnB/NELIM/GEPLE
  • Elza Kioko N. N. do Couto UFG/CNPq/NELIM
  • Ricardo Sena Coutinho UFG/NELIM

Palavras-chave:

COVID 19. Análise do discurso ecossistêmica; Antropologia do imaginário; Idosos.

Resumo

Nos últimos meses a COVID-19 tem sido assunto dominante a mídia por se tratar de uma pandemia que está fazendo milhões de mortos não só no Brasil. É sabido que os idosos fazem parte do grupo de risco, aquele que pode ter complicações graves se infectado. Esta pesquisa teve por objetivo investigar como os discursos acerca do coronavírus têm interferido no imaginário dos idosos no contexto brasileiro. Para tanto, mobilizamos a Análise do Discurso Ecossistêmica (COUTO; COUTO, 2015) e a Antropologia do Imaginário de Gilbert Durand (1989). Fundamentados nesse arcabouço teórico-metodológico, analisamos sete depoimentos de idosos com faixa etária entre 65 e 85 anos e diferentes níveis de escolarização. Ao apresentar os idosos como frágeis e descartáveis, esses discursos deixam de enfatizar o fato de que existem idosos sendo curados, idosos sendo produtivos, de que o diferente nem sempre representa um peso. Ao colocar jovens e idosos numa espécie de embate, esses discursos de medo segregam e afastam uns dos outros, estabelecendo uma relação não harmoniosa entre eles. Para a ADE, a velhice é um estado natural de continuação da vida e não um estado que antecede a morte. O idoso é um cidadão que também tem direito à vida, a uma sobrevivência digna de respeito.

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Biografia do Autor

Anderson Nowogrodzki da Silva, UnB/NELIM/GEPLE

Mestre em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás (2015 - 2016). Graduado em Letras, habilitação em português e inglês, pela Universidade Estadual de Goiás (2011 - 2014). Pesquisador da área de Estudos Linguísticos, concentrando-se no campo da Ecolinguística, Análise do Discurso de Linha Francesa e Análise do Discurso Ecológica. Interessa-se, também, pelos estudos relacionados à Linguística Aplicada. Ilustrador profissional - Freelancer (2011 - Atual). Pesquisador do Núcleo de Estudos de Ecolinguística e Imaginário (NELIM), cadastrado no CNPq.

Elza Kioko N. N. do Couto, UFG/CNPq/NELIM

Possui pós-doutorado em Linguística na UNB, mestrado e doutorado em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professora Adjunto da Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Semiótica Greimasiana ,Análise do discurso, Antropologia do Imaginário Durandiano e Ecolinguística, atuando principalmente nos seguintes temas: linguagem e imaginário dos meninos de rua, linguagem, identidade e imaginário em textos escritos e orais, linguagem e meio ambiente(ecolinguística) e ciganologia. É coordenadora do Núcleo de Pesquisa NELIM- Núcleo de Ecolinguística e Imaginário.

Ricardo Sena Coutinho, UFG/NELIM

Possui graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (1998), graduação em Letras - Português pela Universidade Federal de Goiás (2001), mestrado em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (2012) e doutorado em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (2016). Realizou especialização em Cinema e Educação pela UEG. Atualmente é técnico em assuntos educacionais da Universidade Federal de Goiás e professor de língua portuguesa (redação) - Colégio Arena. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Lingüística Aplicada. É criador de conteúdo digital do perfil @quarentenerz no Instagram.

Referências

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Publicado

2020-10-01

Como Citar

Nowogrodzki da Silva, A., Couto, E. K. N. N. do ., & Coutinho, R. S. . (2020). A escuta dos idosos na pandemia do coronavírus pela Análise do Discurso Ecossistêmica e pelo imaginário. Ecolinguística: Revista Brasileira De Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 6(3), 132–151. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/34519

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