Erosão

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Fran Favero

Resumo

Erosão propõe uma reflexão acerca do conceito de fronteira, entendida não apenas como limite geográfico, mas como construção histórica e epistemológica. A partir do pensamento de Walter Mignolo e Gloria Anzaldúa, o olhar se volta para a margem como espaço de criação, conflito e resistência, onde emergem outras formas de conhecimento e subjetividade que movimentam a produção artística. A partir de uma vivência da autora na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguay e Argentina, são articulados corpo, língua e território,destacando o termo guarani Y (água) como metáfora da fluidez e da interconexão. A barragem de Itaipu, construída durante o período ditatorial, surge como símbolo da tentativa de contenção dessas forças vitais e culturais. Além disso, a obra de Aníbal López evidencia a fronteira como espaço erodido e em constante transformação, reafirmando uma perspectiva decolonial que valoriza o movimento, a especificidade e outras epistemologias.

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Como Citar
FAVERO, Fran. Erosão. Das Questões, [S. l.], v. 21, n. 1, 2025. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/dasquestoes/article/view/60711. Acesso em: 24 dez. 2025.
Seção
Artigos

Referências

ANZALDÚA, Gloria. Borderlands / La frontera: The New Mestiza. San Francisco: Spinsters/AuntLute, 1987.

MIGNOLO, Walter. Histórias locais/Projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

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