Saber-Comer, Comer o Saber

Autores

  • Raísa Inocêncio

DOI:

https://doi.org/10.26512/dasquestoes.v11i1.37255

Palavras-chave:

livre ensaio, Suely Rolnik, Oswald de Andrade, Vênus Caôzeira, antropofagia

Resumo

Este artigo é o resultado de um texto apresentado no seminário “Acolhimento”, no centro Marc Bloch em Berlim, em 2019. Trata-se de um livre ensaio em que me proponho recontar algumas das influências filosóficas que “alimentam” a prática do pensamento no cotidiano, que auxiliam, como mencionarei repetidas vezes, a bússola ética extra-moral, noção retroalimentada por Suely Rolnik.2 É um ensaio que faz do texto um banquete, um plano receita ou receita plano. Invertendo as palavras para os devidos sentidos que a elas atribuímos como prática performativa da vida. Por isso, desde a visita ao conceito de epistemicídio à passagem de uma leitura sobre a geofilosofia ou a filosofia da diferença, nossa inspiração central é a antropofagia de Oswald de Andrade3 e suas heranças. A prática do pensamento se manifesta então na récita íntima, do encontro amoroso da Vênus Caôzeira ou das muitas vezes que publiquei no blog “O pão”. Aqui me apresento como escritora e ensaísta, não como filósofa. Continua sendo um engajamento sério tomar pelo “chifre” as palavras, dando-lhes uma liberdade mais poética, que flana política em desejo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDRADE, Oswald. Manifeste Anthropophage. Paris: Black Jack éditions, 2011.

LYDIA, Cabrera. Yemayá y Ochun Kariocha, Iyalorichas Y Olorichas. Edition Universal. 1990.

CARNEIRO, Sueli. Tese de doutorado A CONSTRUÇÃO DO OUTRO COMO NÃO-SER COMO FUNDAMENTO DO SER. Universidade do Estado de São Paulo. 2005

DELEUZE, Gilles; Guattari, Félix. Qu'est-ce que la philosophie ? Paris: Éditions Puf,1992.

FANON, Frantz. Pele Negra Máscaras Brancas. Rio de Janeiro: Ubu editora. 2020.

INOCENCIO, Raisa. Arte e descolonização como um mecanismo de defesa na obra de Grada Kilomba. Revista Percursos, Florianópolis, v. 20, n. 44, p. 315-342, set./dez. 2019

INOCENCIO, Raisa. Dissertação: « Vénus Caôzeira: une cartographie esthétique-politique ». Universidade de Coimbra e de Toulouse. Master Erasmus Mundus Europhilosophie. 2017

ITZIAR, Ziga. Devenir Perra. MELUSINA. Santa Cruz de Tenerife. 2010

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios do racismo cotidiano. Editora Cobogó, 2020.

MARTIN, Nasstaja. Croire aux fauves. Gallimard, Paris. 2019. Sem tradução.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. Revista Arte & Ensaios UFRJ, n. 32, 2016. https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/view/8993

MIGNOLO, Walter. Désobeissance épistémique: Rhétorique de la modernité, logique de la colonialité et grammaire de la décolonialité. Paris, Peter Lang. 1997

RIBEIRO, Djamila. Lugar de Fala. Coleção Feminismos Plurais. São Paulo, Editora Polen, 2017.

ROLNIK, Suely. Anthropophagie Zombie. Paris: Black Jack éditions, 2011

ROLNIK, Suely. Cartografias Sentimentais: análises contemporâneas do desejo. Porto Alegre: UFRGS. 1989.

ROLNIK, Suely. Geopolítica da cafetinagem. São Paulo: PUC. 2015 https://www.pucsp.br/nucleodesubjetividade/Textos/SUELY/Geopolitica.pdf

SOUSA SANTOS, B. Épistémologies du Sud. Études rurales, vol. 187. 2011. URL:http://journals.openedition.org/etudesrurales/9351 ;

VIVEIROS DE CASTRO, E. Metafísicas Canibais — elementos para uma antropologia pósestrutural. São Paulo: Cosac & Naify. 2015.

Downloads

Publicado

2021-04-04

Como Citar

INOCÊNCIO, Raísa. Saber-Comer, Comer o Saber. Das Questões, [S. l.], v. 11, n. 1, 2021. DOI: 10.26512/dasquestoes.v11i1.37255. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/dasquestoes/article/view/37255. Acesso em: 21 dez. 2024.