Da desagregação familiar à conexão por afetos
os construtos raça e gênero como operadores de esfacelamento e resistência em Úrsula e Mata Doce, de Luciany Aparecida
DOI:
https://doi.org/10.26512/cerrados.v33i65.54141Palavras-chave:
Úrsula, Mata Doce, Raça e gênero, Esfacelamento, ResistênciaResumo
Este artigo busca analisar comparativamente os romances Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis, e Mata Doce (2023), de Luciany Aparecida, considerando os construtos raça e gênero na desagregação que famílias negras vêm sofrendo ao longo dos séculos, bem como na iniciativa de resistir a esse esfacelamento por meio de laços de solidariedade. Para subsidiar a discussão, recorreu-se a autores como Achille Mbembe (2022), Sueli Carneiro (2005), Kabengele Munanga (2000), Oyèrónkẹ Oyěwùmí (2021), Clenora Hudson-Weems (2020), Denise Ferreira da Silva (2022) e Michel Foucault (1988; 2021).
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